Até o momento, o ferro gusa tem sido poupado das tarifas americanas mais pesadas que recaem sobre alguns produtos brasileiros.
Mas as conversas entre produtores e compradores estão em andamento e “provavelmente haverá algumas negociações contratuais, caso a commodity enfrente tarifas mais altas”, disse Silvia Nascimento, sócia da produtora de metais Grupo Ferroeste e diretora executiva da siderúrgica Aço Verde do Brasil.
“É perfeitamente compreensível que esse imposto seja de responsabilidade do cliente americano. Mas, se as coisas mudarem, eles vão querer sentar para negociar”, disse ela à margem de uma conferência do setor em São Paulo.
Enquanto o presidente dos EUA, Donald Trump, impôs uma tarifa de 50% sobre alguns produtos brasileiros.
O ferro gusa estava na lista de exceções, com uma taxa de 10%.
O Brasil é o maior fornecedor de ferro gusa para os EUA. Cerca de um terço das exportações de ferro-gusa do país sul-americano no primeiro semestre deste ano foi para os EUA, segundo dados do governo.
Mesmo que o ferro gusa tenha sido favorecido por enquanto, Nascimento ainda teme que as relações EUA-Brasil possam “se deteriorar”.
Nascimento viajará em outubro para se reunir com clientes e discutir a inclusão de uma cláusula nos contratos para resolver a questão tarifária.
A Ferroeste exporta 140.000 toneladas de ferro-gusa por ano para os EUA.