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Negócios

Fundador do Nubank abre mão de acordo que previa remuneração extra

Em comunicado, fintech anunciou que David Vélez não receberá qualquer outro pagamento além de seu salário fixo em 2022 e 2023.

O Nubank (NUBR33) comunicou ao mercado nesta terça-feira (29) que seu fundador e presidente David Vélez decidiu abrir mão da remuneração extra na forma de ações à qual ele teria direito. O pagamento era condicionado a metas sobre o preço do papel e fazia parte de um acordo firmado em 2021.

Amanda Perobelli —Reuters

Segundo comunicou a fintech, Vélez continuará recebendo seu salário fixo, sem alterações, e se recusou a receber qualquer outra remuneração variável em 2022 ou 2023, desistindo do acordo.

Como resultado da decisão, a empresa disse que espera gerar uma economia agregada de US$ 356 milhões nos sete anos seguintes. Além disso, a rescisão também evitará uma potencial diluição acionária de até 2% das ações ordinárias.

“Paralelamente, haverá um reconhecimento único e não monetário de despesas de US$ 356 milhões nos resultados do quarto trimestre de 2022. As diretrizes contábeis exigem que a rescisão seja registrada como um vesting acelerado, mesmo que não haja vesting ou desembolso efetivo”, explicou o Nubank por nota.

O acordo, firmado em novembro de 2021, previa que Vélez recebesse 1% do total de ações se o papel alcançasse US$ 18,69 (o que daria ao Nubank um valor de mercado de US$ 100 bilhões), além de um adicional de 1% do total de ações se o valor atingisse US$ 35,30.

Nesta terça-feira, o papel da empresa fechou cotado a US$ 4,26 em Nova York.

Decisão de Vélez

“Minha decisão é motivada, em grande parte, pela mudança do cenário macroeconômico desde a assinatura do acordo em 2021, e esse ajuste contribuirá significativamente para a melhoria contínua dos nossos resultados”, afirmou Vélez no comunicado.

O fundador do Nubank declarou no documento estar “totalmente confiante de que a empresa atingirá as metas de longo prazo e disse que sua decisão serve para apoiar os “esforços imediatos de eficiência e prontidão em toda a empresa”.

O acordo de remuneração de 2021 foi reconhecido pelo conselho de Administração da empresa e pelo Comitê de Liderança, Desenvolvimento, Diversidade e Remuneração como uma transferência unilateral de valor futuro.

Vélez detém atualmente mais de 20% do capital social do Nubank, o que, segundo o Nubank, “alinha os seus interesses à criação de valor no longo prazo para todos os acionistas”.

Segundo a fintech, Vélez também se comprometeu com o Giving Pledge e dedicará a maior parte da fortuna de sua família à filantropia por meio da fundação VelezReyes+, focada em iniciativas que melhoram as condições de crianças e jovens vulneráveis ​​e desfavorecidos na América Latina.

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