A Petrobras (PETR3, PETR4) informou na noite desta sexta-feira (19) que sua Assembleia Geral Extraordinária aprovou o nome de Gileno Gurjão Barreto para o cargo de presidente do Conselho de Administração da companhia. O executivo é o atual presidente do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados).
Além disso, foram eleitos oito membros do colegiado, dentre eles, Caio Mário Paes de Andrade, escolhido como o novo presidente-executivo da estatal, após a demissão de José Mauro Coelho em junho, em meio ao descontentamento do governo com a política de preços de combustíveis. Pelas regras da estatal, os CEOs escolhidos também precisam integrar o conselho.
Edison Antonio Costa Britto Garcia, Iêda Aparecida de Moura Cagni, Jônathas Assunção Salvador Nery de Castro, José João Abdalla Filho, Marcelo Gasparino da Silva e Ricardo Soriano de Alencar foram os demais integrantes escolhidos.
Segundo informações da Reuters, seis dos oito indicados pelo governo foram eleitos, incluindo Soriano e Castro, que não tinham sido aprovados pelo Comitê de Elegibilidade e pelos atuais conselheiros por conflito de interesse.
Visão do mercado
Apesar da eleição de dois membros que atuam no governo, especialistas e integrantes do mercado não acreditam que os conselheiros eleitos vão alterar os rumos da política de preços da companhia.
Entre outros motivos, porque há regras que blindam o tema e pela proximidade com a eleição presidencial, que pode encurtar o mandato dos conselheiros, no caso de vitória da oposição.
“O mercado está dando pouca bola para essa eleição (do conselho) de hoje. Os olhos estão todos voltados para as eleições (presidenciais). Quem vai ficar tão pouco tempo (no conselho) não vai querer correr o risco de colocar o seu nome nisso”, afirmou uma fonte do setor financeiro em São Paulo, acreditando que os novos conselheiros seguirão as regras para não se exporem a sanções legais.
Além disso, a atual direção da Petrobras está convivendo com um momento de baixa nas cotações internacionais do petróleo, que tem tirado a pressão política da cúpula da estatal após repasses de valores mais baixos para a gasolina e o diesel às vésperas da eleição.
*Com Reuters
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