A montadora sediada em Detroit anunciou nesta terça-feira (22) um lucro de US$ 2,53 por ação em base ajustada, acima da previsão de consenso da Bloomberg de US$ 2,33, mas abaixo dos US$ 3,06 registrados um ano antes.
Os lucros da GM também foram afetados por custos de garantia mais altos e um aumento no estoque de veículos elétricos, que devem perder subsídios federais devido ao projeto de lei orçamentária recentemente aprovado por Trump.
Os resultados da GM demonstram a dificuldade que as montadoras enfrentam para manter os lucros em um ambiente que penaliza as cadeias de suprimentos de peças globalmente integradas e as vendas internacionais de veículos.
Os lucros da GM nos EUA foram afetados pelas tarifas de importação de veículos fabricados no Canadá, México e Coreia do Sul.
A GM não se mobilizou para aumentar os preços médios já elevados o suficiente para recuperar os custos tarifários, optando, em vez disso, por absorver o impacto cortando custos e repatriando parte da produção. A CEO Mary Barra insinuou os desafios de se adaptar à nova realidade em uma carta aos acionistas.
“Estamos posicionando o negócio para um futuro lucrativo e de longo prazo, à medida que nos adaptamos às novas políticas comerciais e tributárias e a um cenário tecnológico em rápida evolução”, disse Barra, destacando o anúncio feito em junho de transferir parte da produção do México para os EUA.
A GM aumentou as vendas de veículos nos EUA no trimestre, apesar do aumento das tarifas, e obteve o segundo lucro trimestral consecutivo na China, que aumentou em US$ 175 milhões em relação ao ano anterior. Mesmo assim, o lucro líquido caiu 35%, para US$ 1,9 bilhão, em comparação com US$ 2,9 bilhões no segundo trimestre do ano passado.
A montadora afirmou que poderá compensar um terço de sua exposição tarifária de US$ 4 bilhões a US$ 5 bilhões ainda este ano, à medida que seus esforços de mitigação começarem a ser mais eficazes. No entanto, também indicou que o impacto dessas taxas comerciais pode ser maior no trimestre atual do que no período de abril a junho.
No anúncio do mês passado, a GM afirmou que investirá US$ 4 bilhões para aumentar a produção nas fábricas em Michigan, Kansas e Tennessee. Parte dessa medida inclui a produção de mais SUVs pequenos e picapes grandes nos EUA, em vez do México.
A empresa manteve sua projeção atual de lucro antes de juros e impostos para o ano inteiro na faixa de US$ 10 bilhões a US$ 12,5 bilhões. A GM havia reduzido sua projeção para 2025 em maio, em relação à projeção inicial de janeiro, que previa um lucro de até US$ 15,7 bilhões neste ano.
Projeções para a GM
O analista da Evercore, Chris McNally, afirmou que a manutenção da projeção “pode ser uma pequena decepção” para alguns investidores que esperavam uma melhora.
Alguns custos não tarifários também prejudicaram a GM no último trimestre. A empresa anunciou em abril que faria o recall de quase 600 mil caminhões devido a um defeito no motor, o que contribuiu para US$ 300 milhões em custos no último trimestre.
A empresa também aumentou o estoque de veículos elétricos com o lançamento de novos modelos e trabalhou para impulsionar as vendas de plug-ins, mas isso adicionou US$ 600 milhões em custos, já que esses carros apresentaram prejuízo. Preços mais baixos nas vendas de frotas impactaram os lucros em US$ 200 milhões.
No total, o lucro antes de juros e impostos da GM na América do Norte caiu US$ 2 bilhões no trimestre em comparação com o mesmo período do ano anterior. A receita caiu 1,8%, para US$ 47,1 bilhões, em parte devido à queda nos preços.