Na prática, a operação unifica as três empresas do grupo e marca a saída da Gol da B3, já que a GLA não terá registro de companhia aberta nem listagem no mercado. O plano será submetido aos acionistas em assembleias marcadas para 4 de novembro.
Segundo a Gol, a incorporação tem como objetivo simplificar a estrutura do grupo, reduzir custos e buscar sinergias administrativas e fiscais.
Pendências da Gol
A operação também encerra pendências com a B3 após a capitalização de cerca de R$ 12 bilhões aprovada em maio, que converteu dívidas em ações e elevou a fatia da controladora Abra Group (também dona da Avianca) para mais de 99% do capital total da companhia.
Com isso, o volume de ações em circulação — o chamado free float — caiu para menos de 1%, abaixo do mínimo exigido pela bolsa. A incorporação, portanto, formaliza a deslistagem da Gol e encerra a presença da companhia na B3.
A medida é vista como parte do processo de reorganização da Abra. O grupo estuda um IPO no exterior, e o fechamento de capital da Gol no Brasil simplifica essa estrutura para futuras captações fora do país.
O que acontece com as ações
Se aprovada, a GLA passará a deter todos os ativos e obrigações da Gol e da GIB. Os acionistas da Gol receberão ações da GLA na proporção de 1 ação ordinária da GLA para cada ação ordinária da Gol e 35 ações da GLA para cada ação preferencial da Gol.
A controladora GIB fará uma oferta pública de aquisição (OPA) para comprar as ações preferenciais dos minoritários. O preço será definido por um laudo de avaliação independente, e quem não aceitar a oferta poderá exercer o direito de recesso — ou seja, vender suas ações pelo valor contábil determinado no processo.
A GIB poderá desistir da oferta se o valor total a pagar ultrapassar R$ 47,25 milhões. Nesse caso, a incorporação também não seria concluída.