Ferri representava uma espécie de oposição à atual gestão da companhia e também ao Casino, o segundo maior acionista da empresa. Sem condições de obter duas cadeiras no colegiado como seu grupo previa inicialmente, Ferri passou todos os seus votos ao aliado Edison Ticle. Ferri obteve 37,8 milhões de votos — cada voto representa uma ação –, ante 492,3 milhões de Ticle.
Com isso, acabou sendo derrotado por um indicado do então presidente do conselho Ronaldo Iabrudi: Rodolfo Costa Francisco, que obteve cerca de 360 milhões de votos. Vale lembrar que Ronaldo Iabrudi detém pouco mais de 3% das ações do grupo dono das redes Extra e Pão de Açúcar.
O empresário Ricardo Roldão, CEO da rede que leva o nome de sua família e que detém 1,85% das ações do GPA, também ficou de fora, com 82,8 milhões de votos.
O board eleito conta com os representantes do Grupo Coelho Diniz (André Luiz Coelho Diniz, Luiz Henrique Cunha e Leandro Assis Campos), do varejista francês Casino (Christophe José Hidalgo, Marcelo Ribeiro Pimentel (CEO do GPA) e Helene Esther Bitton) e entre os independentes estão Gustavo Lobato, Edison Ticle e Rodolfo Costa Francisco.
“Lobato e Rodolfo trazem sangue novo para o conselho”, diz um dos acionistas ouvidos pelo InvestNews. A assembleia também serviu para aprovação de uma nova composição do conselho fiscal. Rômulo Santos Siqueira, indicação de André Coelho Diniz foi um dos eleitos. também foram aprovados os nomes de Marcílio Amato e Tufi Daher, escolhido como presidente.
O rearranjo no conselho do GPA e a saída de Rafael Ferri mostrou que o alinhamento entre a família Coelho Diniz e o grupo francês Casino foi eficaz. Conforme informou o InvestNews, Philippe Palazzi, CEO do Casino, esteve no Brasil e se reuniu com a família Coelho Diniz no Itaú BBA, em São Paulo.
Esse alinhamento acabou frustrando os planos de Ferri, que havia expressado entusiasmo com a chegada dos Coelho Diniz ao GPA. Mas, com o passar do tempo, a família mineira começou a se aproximar ao Casino.