Mas o colegiado também viveu seu primeiro impasse, evidenciando que ainda haverá um jogo de forças entre os Coelho Diniz e seu sócio, o grupo francês Casino, apesar da melhora na relação entre eles.
Na eleição para a vice-presidência do board, o mais votado foi Edison Ticle, exatamente como era esperado. Ticle membro independente e ligado ao investidor Rafael Ferri. Mas a vitória teve um placar apertado: cinco votos a quatro. A oposição veio dos representantes do Casino e do conselheiro Rodolfo Costa Neves, ligado ao ex-CEO do GPA, Ronaldo Iabrudi.
Fontes relataram ao InvestNews que o resultado gerou desconforto para o CEO do GPA, Marcelo Pimentel.
Pimentel, que também é membro do board, teria manifestado preocupação com a decisão, alegando que Ticle, por ser CFO da Minerva Foods, um fornecedor do GPA, poderia incorrer em conflito de interesse. Além da Minerva, o executivo é investidor da Shopper, uma plataforma digital que atua na venda de alimentos.
Segundo pessoas que acompanharam a reunião, o clima esquentou quando Marcelo Pimentel indicou que poderia renunciar não apenas ao conselho, mas também ao cargo de CEO, em protesto contra a eleição de Edison Ticle à vice-presidência.
Ao ser questionado por André Coelho Diniz, que disse que Ticle já integrava o colegiado anterior e que eventuais conflitos de interesse jamais haviam sido questionados, Pimentel teria argumentado que estava desconfortável com a decisão por uma série de fatores – que não foram citados naquele momento – e acabou desistindo da renúncia.
Ainda assim, o episódio expôs uma tensão crescente entre o executivo e o novo conselho, alimentando especulações sobre uma possível troca na diretoria-executiva do GPA.
Procurado pelo InvestNews, Pimentel e Ticle não responderam.