A cervejaria holandesa Heineken (HEIA34) disse nesta sexta-feira (25) que completou sua saída da Rússia ao vender suas operações no país ao russo Arnest Group pelo preço simbólico de 1 euro.
A segunda maior cervejaria do mundo disse que o negócio recebeu todas as aprovações necessárias e provavelmente a deixará com uma perda extraordinária de 300 milhões de euros.
A Heineken, que anunciou a sua intenção de sair da Rússia em março de 2022, após a invasão da Ucrânia pela Rússia, reconheceu que o processo demorou mais do que o esperado.
“Desenvolvimentos recentes demonstram os desafios significativos enfrentados pelas grandes empresas industriais ao saírem da Rússia”, disse o presidente-executivo, Dolf van den Brink, em comunicado.
Muitas empresas multinacionais correram para deixar a Rússia após o Ocidente ter imposto sanções sem precedentes a Moscou, mas o Kremlin retaliou confiscando alguns bens.
Algumas empresas estrangeiras que tentam sair da Rússia enfrentam um grande salto nos custos, uma vez que Moscou exige descontos maiores nos preços dos ativos que pretendem vender, disseram três pessoas com conhecimento do assunto.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou um decreto em julho para assumir o controle da subsidiária da Danone no país, assim como a participação da Carlsberg em uma cervejaria local.
A Anheuser-Busch InBev também disse que planeja sair de sua joint venture na Rússia com a turca Efes.
Questionado se as experiências da Danone e da Carlsberg aumentaram a urgência para a Heineken fechar um acordo, van den Brink disse a jornalistas: “a nossa preocupação aumentou, mas não a urgência. Isso mostrou que havia um risco real de nacionalização e tudo o que se podia fazer era procurar ser o mestre do seu destino.”
Ele não quis entrar em detalhes sobre por que a busca por um comprador demorou mais do que o esperado, chamando o processo de “altamente complexo”.
“Estamos felizes por termos encontrado um comprador adequado. Acreditamos que é uma parte confiável… Estamos felizes por este processo chegar ao fim e por podermos deixar a Rússia”
presidente-executivo, Dolf van den Brink
A Heineken tinha sete cervejarias na Rússia e 1.800 funcionários, que receberão garantias de emprego pelos próximos três anos.
A cervejaria holandesa retirou a sua marca Heineken da Rússia no ano passado e a produção da Amstel deverá ser encerrada dentro de seis meses.
A Heineken disse que o acordo, sem opção de recomprar o negócio, incluía uma licença de três anos para algumas marcas regionais menores, para as quais a Heineken não forneceria suporte à marca nem receberia quaisquer receitas.
O Grupo Arnest possui um importante negócio de embalagens de latas e é o maior fabricante russo de aerossóis, além de vender cosméticos e utensílios domésticos.
A Heineken disse que a transação terá um impacto insignificante em suas perspectivas para o ano inteiro.
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