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Negócios

IRB é alvo de processo arbitral milionário movido por 155 fundos

Fundos d e investimentos e gestoras pedem indenização de R$ 10 milhões por desvalorização em 2020.

O IRB Brasil (IRBR3) comunicou ao mercado que é alvo de um processo arbitral movido por 155 requerentes, incluindo diversos fundos de investimento e gestoras, com pedido de indenização de R$ 10 milhões.

O processo foi instaurado no dia 1º de fevereiro, segundo comunicado divulgado na terça-feira (14) pelo vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores, Willy Otto Jordan Neto.

As empresas alegam que as ações de emissão da companhia detidas por eles sofreram forte desvalorização, que teria se iniciado em 2 de fevereiro de 2020, em decorrência de alegada divulgação de informações falsas ou enganosas sobre os resultados da companhia e de sua base acionária.

Desvalorização

No mês de fevereiro de 2020, a gestora brasileira Squadra Investimentos publicou uma carta questionando dados do balanço do IRB Brasil (IRBR3). Neste dia, a ação da empresa chegou a cair 15%.

Na época, o IRB se defendeu, dizendo que suas demonstrações são elaboradas de acordo com as normas contábeis e que a performance financeira da companhia estava fielmente retratada nas demonstrações contábeis.

Cerca de uma semana depois, uma nova carta foi divulgada pela gestora com mais análises. 

Além disso, ainda no início de 2020, chegou a ser divulgado na imprensa um aumento de participação da Berkshire Hathaway, do megainvestidor Warren Buffett, no capital social do IRB. No dia, a ação do IRB Brasil fechou em alta de 6,6%.

Os rumores aconteceram, pois a direção do IRB indicou para o conselho fiscal a advogada Márcia Cicarelli, procuradora da Berkshire no Brasil. Executivos do IRB também teriam confirmado a informação em teleconferência com analistas.

Porém, o Grupo Berkshire Hathaway divulgou comunicado informando que nunca teve ações e não tinha a intenção de se tornar um acionista do IRB. Com isso, no dia do comunicado, a ação do IRB caiu 30%. Na época, executivos da resseguradora renunciaram ao cargo.

O IRB informou que a conclusão da investigação independente realizada identificou os responsáveis pela disseminação de informação inverídica sobre a base acionária da companhia; a detecção da existência de irregularidades no pagamento de supostos bônus a ex-diretor e outros colaboradores do IRB Brasil e suas controladas; a realização de operações de recompra de ações da companhia que ultrapassaram as quantidades autorizadas pelo conselho de administração e confirmaram que uma série de registros contábeis conduzidos pela antiga diretoria que estavam efetivamente incorretos e deveriam ser refeitos.

Em fato relevante, o IRB disse que as demonstrações financeiras de 2019 foram ajustadas e aprovadas pelo conselho de administração, substituindo as anteriores e que as apurações realizadas identificaram os diretores e demais colaboradores envolvidos.

Leilão ações

O IRB também informou que após a conclusão das 135.497 ações ordinárias da companhia, um leilão realizado na B3, bolsa de valores brasileira, em 14 de fevereiro, arrecadou R$ 3.014.562,96 e será rateado entre os titulares das frações agrupadas.

O valor de mercado de cada ação foi de R$ 22,30 e o pagamento dos valores devidos será realizado em 24 de fevereiro de 2023.

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