No Brasil, o governo incentiva os empregadores a oferecerem vales-refeição em restaurantes locais como benefício para os funcionários. O programa representa mais de US$ 27 bilhões em transações por ano, um mercado amplo para empresas como iFood e Ticket.
A iniciativa do iFood ganhou força depois que o governo brasileiro aprovou mudanças no sistema de vales-alimentação e vales-refeição no mês passado, limitando as taxas cobradas aos restaurantes e reduzindo os prazos de pagamento, o que restringe as formas pelas quais as empresas de benefícios poderiam lucrar com o negócio. As ações da Edenred caíram após a mudança nas regras, e a empresa disse que prepararia ações legais.
O IFood também opera um programa de benefícios e é impactado pelas mudanças na legislação. Mas a empresa vê valor estratégico na aquisição de concorrentes para ampliar a escala da unidade, disse a pessoa, que pediu para não ser identificada por estar discutindo informações confidenciais. Com uma aquisição, a empresa seria capaz de aumentar sua base de 1 milhão de beneficiários e incentivar os clientes a passarem mais tempo em sua plataforma, que também oferece pedidos de restaurantes e supermercados.
O iFood não comentou. A Edenred, da Ticket, afirmou em um comunicado enviado por e-mail que a empresa “não mantém qualquer negociação de venda da Ticket”.
Alelo
O iFood fez uma oferta por outra grande fornecedora, a Alelo, no início deste ano e continua a ver a empresa como um bom alvo, disse a fonte, acrescentando que a empresa pretende fechar o negócio em até seis meses. Os acionistas controladores da Alelo, Banco do Brasil e Bradesco, não comentaram.
A Ticket é uma das maiores concorrentes no mercado brasileiro de vales-refeição e conta com empresas como o Itaú e os Correios entre seus clientes, segundo seu site.
O iFood é o gigante do mercado de entrega de comida no Brasil, representando 0,64% do PIB brasileiro em 2024 e gerando R$ 140 bilhões em atividade econômica, segundo dados do instituto FIPE. A empresa contribuiu com US$ 184 milhões em EBITDA ajustado para a controladora Prosus NV nos seis meses encerrados em setembro, um aumento de 57,3% em relação ao ano anterior.
“O IFood apresentou um forte crescimento de receita, com um aumento de 35% em moeda local, excluindo fusões e aquisições, impulsionado pela sólida execução em seu principal negócio de entrega de alimentos e pelo crescimento contínuo e confiável da Pago, sua oferta de fintech”, a Prosus disse em seu relatório de resultados.
De acordo com o site da empresa, o programa de vale-refeição do iFood é utilizado por funcionários de empresas como a XP e a Ambev. O programa também pode ser usado para serviços de saúde, bem-estar e mobilidade.