A Índia pode permitir que as usinas de cana produzam mais etanol e manter as restrições às exportações de açúcar, segundo uma pessoa a par do assunto.
O governo indiano avalia uma proposta para permitir que as usinas desviem o equivalente a mais 800.000 toneladas de açúcar para a produção de etanol este ano, já que a safra de cana deverá ser superior ao previsto, disse a fonte, que pediu para não ser identificada. Isso se somaria ao 1,7 milhão de toneladas já alocados para o biocombustível.
Segunda maior produtora de açúcar do mundo, atrás apenas do Brasil, a Índia não deve liberar qualquer cota de exportação no curto prazo, disse a fonte, contrariando as expectativas do mercado de embarques de até 1 milhão de toneladas no atual ano comercial que termina em setembro. A medida da Índia deverá dar suporte aos preços globais do açúcar, que caíram este mês.
Eleição e o preço do açúcar
O país estendeu suas restrições às exportações em outubro para proteger o abastecimento interno antes das eleições nacionais. O governo do primeiro-ministro Narendra Modi, que busca um terceiro mandato de cinco anos, tomou várias medidas para conter os preços elevados dos alimentos, incluindo limites aos embarques de trigo e arroz.
As usinas indianas investiram cerca de US$ 1,8 bilhão em três anos para aumentar a capacidade de produção de etanol – o país tem como meta um conteúdo de 15% de etanol na gasolina.
A produção de açúcar da Índia deve atingir 34 milhões de toneladas na safra 2023-24, acima da previsão de 33,05 milhões de toneladas em janeiro, devido ao fornecimento de cana acima do esperado nos estados de Maharashtra e Karnataka, segundo a Associação Indiana de Fabricantes de Açúcar e Bioenergia. Os números são calculados antes da produção de etanol.
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