A instalação da CPI da Braskem no Senado deve ocorrer na manhã da quarta-feira, e não mais na tarde desta terça, como anteriormente previsto, informou o gabinete do senador Renan Calheiros (MDB-AL) à Reuters.
O senador é o autor do requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar suposta responsabilidade da empresa no afundamento de solo em diversos bairros de Maceió. No momento da instalação serão definidos o presidente e o relator da comissão.
O adiamento da instalação da CPI ocorreu após um encontro mediado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva que envolveu ministros do governo, o próprio Renan e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) — dois desafetos históricos em Alagoas.
Renan é aliado do governador do Estado, Paulo Dantas (MDB), enquanto Lira é próximo ao prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), o JHC. Os dois políticos regionais também participaram do encontro com Lula.
Em paralelo às decisões políticas, a Polícia Federal decidiu reforçar as investigações sobre supostos crimes cometidos pela Braskem na exploração de sal-gema em Maceió, segundo uma fonte da corporação.
Desde setembro de 2019 a PF investiga o cometimento de crimes como poluição qualificada, usurpação de recursos da União, apresentação de estudos ambientais falsos ou enganosos, inclusive por omissão.
Após o recente rompimento em mina da empresa monitorada por já ter apresentado acentuado afundamento de solo as apurações ganharam prioridade total para a cúpula da corporação, disse a fonte.
Quatro peritos já foram enviados para reforçar os trabalhos já conduzidos pela Superintendência da PF em Alagoas e outros quatro também seguem em janeiro, acrescentou a fonte.
A PF entende que o caso é complexo e que precisa dos laudos periciais para avançar na formação dos responsáveis pelo desabamento. A corporação avalia que dirigentes e ex-dirigentes da empresa devem ser chamados a depor, disse a fonte.
A PF quer trabalhar para concluir essas investigações até o primeiro semestre do próximo ano.
Veja também
- Braskem tem terceiro Roberto em quatro anos e esfria chances de venda
- Novonor indica Roberto Paraiso Ramos como novo CEO da Braskem, diz petroquímica
- Com R$ 18 bilhões de subsídios, empresas mergulham na corrida do hidrogênio verde
- Novonor e Petrobras propõem que bancos façam parte do bloco de controle da Braskem
- Conselheiro recebe em média R$ 80 mil por mês; saiba se você pode seguir a carreira