A Intel deveria ter se concentrado em inteligência artificial em vez de tentar se tornar uma fabricante de chips por contrato, disse Morris Chang, o fundador da Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC) nesta segunda-feira (9), ao comentar a saída do presidente-executivo da Intel. Em um evento de lançamento de sua autobiografia, ele afirmou que não sabe por que Pat Gelsinger deixou a Intel, mas que parecia que a empresa norte-americana buscava uma nova estratégia, bem como um novo presidente-executivo.
Gelsinger foi forçado a deixar a Intel no começo deste mês, depois que os diretores sentiram que seu plano caro e ambicioso para mudar a Intel não estava funcionando e o progresso estava lento.
O agora ex-CEO havia feito carreira na empresa, antes de sair e, anos depois, retornar para assumir o cargo mais alto. Ele chegou com uma missão complicada: restaurar a liderança da empresa na fabricação de chips de computador para outras empresas, um modelo de negócios conhecido como “fundição”.
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A Intel perdeu a liderança desse mercado para a TSMC — atualmente a maior fabricante de chips sob contrato do mundo.
“Não sei por que Pat pediu demissão. Não sei se sua estratégia era ruim ou se ele não a executou bem… Em comparação com a IA, ele parecia se concentrar mais na fabricação de chips. É claro que agora parece que (Gelsinger) deveria ter se concentrado na IA.”
MORRIS CHANG, FUNDADOR DA TSMC
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“Atualmente, eles não têm nem uma nova estratégia ou um novo presidente-executivo. Encontrar ambos é muito difícil”, acrescentou.
A Intel não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters.
Estabelecendo ambições elevadas para a fabricação e recursos de IA entre os principais clientes, a Intel perdeu ou cancelou contratos sob o comando de Gelsinger e também ofendeu a TSMC, com Chang chamando ele de “um pouco rude”, de acordo com uma reportagem da Reuters em outubro.
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