A direção da Iveco confirmou que planeja desmembrar a empresa, e que está em negociações avançadas para vender a unidade de defesa e as operações de fabricação de caminhões comerciais para compradores separados.

O comunicado divulgado nesta terça-feira (29) veio após a Bloomberg informar que a empresa estava prestes a anunciar a venda da unidade de defesa para a Leonardo e da unidade de caminhões comerciais para a indiana Tata Motors na quarta-feira (30), quando deve divulgar seus resultados.

As ações da Iveco, controlada pela família Agnelli, fundadora da Fiat, subiram 7,4%. As ações mais que dobraram de valor este ano, avaliando a empresa em € 5,6 bilhões (US$ 6,1 bilhões).

Embora as negociações estejam avançadas, elas ainda podem ser adiadas ou fracassar, disseram pessoas familiarizadas com o assunto anteriormente, pedindo para não serem identificadas porque as negociações são privadas.

O conselho da Iveco está avaliando todos os aspectos das potenciais transações e manterá o mercado atualizado.

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Iveco atende governo italiano

A venda da unidade de defesa para a Leonardo atenderia às demandas do governo italiano para manter os negócios em mãos locais. Isso ajudaria a abrir caminho para um acordo com a Tata para o restante dos negócios, que incluem caminhões comerciais, grupos motopropulsores, ônibus e outros veículos especiais.

A venda da Iveco também ampliaria o esforço da Exor NV, o veículo de investimento dos Agnellis, para diversificar seus interesses do setor automotivo para áreas como saúde, artigos de luxo e tecnologia.

“Na última década, a Exor demonstrou estar disposta a reavaliar sua alocação de ativos”, afirma Fabio Caldato, gestor de fundos da AcomeA Sgr. “A família Agnelli está aproveitando a oportunidade para vender a Iveco, capitalizando o forte impulso resultante da forte reavaliação da unidade de negócios de defesa.”

Tecnologia

Para a Tata, uma aquisição estratégica fortaleceria significativamente as operações europeias da empresa e a produção de veículos comerciais. A mudança também permitiria à empresa melhorar o design e a tecnologia de seus veículos comerciais e atrair mais compradores europeus.

A Leonardo, que está concorrendo com a parceira de joint venture Rheinmetall AG pela unidade de defesa e fabrica veículos especializados para defesa e proteção civil, inclusive sob a marca IDV, tem sido pressionada pelo governo italiano para chegar a um acordo sobre o preço.

A Leonardo ofereceu cerca de € 1,6 bilhão (US$ 1,9 bilhão), incluindo dívidas, informou a Bloomberg News anteriormente. Embora tenha ficado abaixo das propostas rivais da fabricante franco-alemã de tanques KNDS NV e do Czechoslovak Group, a oferta foi alta o suficiente para aumentar as chances de um acordo com os parceiros ítalo-alemães, disseram as pessoas.

Paralelamente, a Iveco vem negociando há vários meses com a Tata, proprietária da Jaguar Land Rover.

Representantes da Exor e da Leonardo não quiseram comentar, enquanto a Tata não respondeu a um pedido de comentário.