O desempenho o coloca em posição de destaque não apenas pela cifra, mas pelo simbolismo de como o setor privado de saúde tem se tornado um dos motores mais lucrativos da economia brasileira.
“Moll segue como principal acionista da companhia e preside o conselho de administração. A esposa, Alice Junqueira Moll, e seus cinco filhos são acionistas. Em 2025, circularam especulações de uma associação entre a Rede D’Or e a rede de medicina diagnóstica Fleury”, destaca a Forbes.
Eduardo Saverin, cofundador do Facebook, manteve-se como o brasileiro mais rico do país pelo segundo ano consecutivo, com patrimônio de R$ 227 bilhões. A Forbes divulgou em agosto a sua 13ª edição da lista de bilionários brasileiros , que identificou 300 pessoas com fortunas superiores a R$ 1 bilhão.
A seguir, conheça a trajetória Jorge Neval Filho.
Começo de carreira de Jorge Moll Filho
O empresário e médico nasceu no Rio de Janeiro em 23 de janeiro de 1946. E foi na cidade carioca que estudou medicina, por insistência do pai (Moll queria seguir carreira no mercado financeiro) e fez especialização em neurocirurgia. Ele obteve doutorado em Fisiopatologia Experimental pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em 2004.
Sua trajetória mudou de rumo nos anos 1970, quando, incomodado com as limitações tecnológicas disponíveis no Rio de Janeiro para exames cardíacos, fundou o primeiro laboratório especializado em diagnósticos por imagem.
Em 1977, criou o Grupo Labs, com consolidação entre os anos 80 e 90. A ideia era atender a demanda de hospitais particulares, em falta no Rio naquela época.
Foi quando uma boa oportunidade apareceu a Moll. Gaspar D’Orey era um imigrante que queria voltar à terra natal, Portugal. Mas, antes disso, precisava se desfazer de um hotel na Barra da Tijuca, que tinha em sociedade com Jacob Barata. Moll entrou no negócio, assumiu a parte do imigrante e virou sócio de Barata. Foi quando o hotel virou hospital.
Detalhe: Moll tinha uma dívida com Jacob Barata, que estava sendo intermediada pelo filho dele, Daniel Barata. Ao saber que Jacob era proprietário do hotel Copa D’Or, em Copacabana, o médico convenceu Daniel a investir, juntamente com ele, na abertura do hospital no imóvel.
O negócio cresceu, expandiu-se para outros serviços e deu origem à Rede D’Or, hoje o maior grupo hospitalar privado do país. A companhia administra mais de 70 hospitais e possui uma rede que cobre desde pronto-atendimentos até procedimentos de alta complexidade, consolidando-se como referência no setor.
Leia a biografia completa de Jorge Neval Filho.
Recuperação do setor e o salto patrimonial de Moll
O salto patrimonial de Moll está diretamente relacionado ao desempenho da Rede D’Or no mercado de capitais e à recuperação do setor de saúde após os anos críticos da pandemia. Listada na B3 desde 2020, a empresa passou por oscilações nos últimos anos, mas vem retomando valor de mercado em meio a estratégias de expansão, aquisição de novos ativos e integração de operações.
Investidores veem na companhia não apenas um gigante da saúde, mas também uma aposta sólida em um mercado de demanda crescente, impulsionado pelo envelhecimento da população e pelo aumento da renda destinada a planos e serviços médicos privados.
Para além dos números, Moll representa um perfil atípico entre os bilionários brasileiros. Enquanto grande parte da elite empresarial nacional está concentrada em setores como commodities, varejo ou serviços financeiros, sua fortuna tem como base a saúde.
O ritmo de expansão da Rede D’Or é parte da explicação para o crescimento patrimonial. A empresa vem incorporando hospitais regionais, ampliando presença em estados fora do eixo Rio-São Paulo e investindo em novas frentes de tecnologia médica. Há ainda movimentos de integração com operadoras de saúde, uma estratégia que pode ampliar margens e fidelizar clientes.
Investidores estrangeiros
A valorização recente também foi influenciada pela percepção de investidores estrangeiros. A presença da Rede D’Or em índices internacionais e a busca de fundos globais por ativos defensivos em mercados emergentes ajudaram a sustentar o aumento de valor da companhia. Isso se refletiu diretamente no patrimônio de Moll, que continua como principal acionista do grupo.
Apesar de sua projeção bilionária, Jorge Moll mantém uma postura discreta, raramente aparecendo em entrevistas ou em eventos públicos. Ainda assim, sua história ilustra uma mudança no perfil de parte da elite empresarial do país. A ascensão de um médico que se tornou empresário bilionário destaca o peso crescente da saúde como negócio estratégico no Brasil.