Foi decretada nesta quinta-feira (9) a falência da Livraria Cultura e da 3H Participações, holding não operacional da qual partiam as decisões do grupo. A decisão aponta que houve descumprimento das regras do processo de recuperação judicial.
Na decisão, o juiz Ralpho Waldo de Barros Monteiro Filho afirma que as empresas descumpriram o aditivo ao plano de recuperação judicial e não prestaram informações de maneira completa. Ele avalia ainda não haver “perspectiva (e em verdade tampouco diligência por parte dos interessados) para a superação da crise evidenciada”.
Também houve outros descumprimentos ao longo do processo, como ausência de quitação dos créditos trabalhistas que deveriam ter sido integralmente quitados até junho de 2021, enquanto “diversos credores também noticiaram o inadimplemento dos seus créditos”. A decisão cita ainda “relatos de indícios de fraudes em movimentações financeiras realizadas por sócios da empresa”.
Segundo a decisão, as dívidas em atraso somam R$ 1.679.790,62 “não se verificando qualquer perspectiva quanto à possibilidade de adimplemento”, segundo a avaliação do juiz.
Crise na empresa
O pedido de recuperação judicial foi feito em 2018 pela empresa, que já somava quatro anos de caixa deficitário e alegava dificuldades em meio ao cenário econômico, aumento nos custos de produção e queda da demanda dos consumidores brasileiros por livros.
Em 2017, a Livraria Cultura tentou expandir seus negócios e incorporou, por exemplo, a Fnac, avançando para outros nichos como a venda de eletrônicos. Também fechou parceria com o Mercado Livre para a comercialização de mais de 30 mil produtos de seu portfólio e adquiriu o controle da Estante Virtual, plataforma eletrônica de comercialização de livros usados. As tentativas, porém, não surtiram efeito e o caixa da empresa continuou no vermelho.
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