Entre as 10 startups da América Latina que têm recebido altos volumes de investimentos, 3 são brasileiras. O resultado coloca o Brasil na vice-liderança dos países da região com o maior volume de arrecadação em julho, atrás do México. Se a tendência atual se mantiver, a distância entre os dois países no ranking pode aumentar, já que o volume do mercado brasileiro caiu na comparação com 2022, enquanto a captação mexicana teve aumento.
É o que mostra o mais recente relatório do Sling Hub com o Itaú BBA sobre o mercado das startups na região. Em julho, o México liderou os países da América Latina com o maior volume de arrecadação, de US$ 300 milhões, um avanço de 25% ante os US$ 240 milhões de julho de 2022. Na sequência, aparece o Brasil com US$ 295 milhões, uma queda de 49% ante os US$ 576 milhões do mesmo mês do ano passado.
Já em relação ao número de rodadas, o Brasil lidera o ranking, com 45, o equivalente a 34% menos que o reportado no mesmo mês de 2022. Em segundo lugar está o México, com 11 rodadas, 15% menos em relação às 13 rodadas de julho do ano passado.
O levantamento mostra ainda que julho foi o melhor mês de 2023 de investimentos em startups da América Latina. No mês passado, foram aportados US$ 803 milhões em 78 rodadas de financiamento. Embora o total represente uma queda de 9% no comparativo anual e um avanço de 68% ante junho de 2023, trata-se de um aumento de quase 10% em comparação com o pico anterior, de US$ 740 milhões em janeiro.
Destaques por setor
Enquanto as fintechs continuam dominando a maior parte dos investimentos, o relatório mostra que os setores de biotecnologia e energia têm demonstrado um crescimento significativo.
Desde janeiro deste ano, as startups de biotecnologia recebem investimentos mensais pelo menos 10 vezes maiores do que nos mesmos meses de 2022.
Já as startups de energia mostraram um crescimento um pouco mais irregular, mas ainda assim conseguiram arrecadar US$ 206 milhões em 2023, 40% menos do que os US$ 349 milhões arrecadados em 2022.
“À medida que o ESG ganha força como um interesse genuíno entre as corporações, é provável que esses setores elevem ainda mais sua relevância e atratividade para os investidores”, estima o relatório.
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