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Negócios

Klabin focará desalavancagem pelos próximos dois anos, diz presidente

A Klabin informou suas expectativas para o 4º trimestre, indicando que a demanda deve ficar “neutra”

Um trabalhador escreve na lateral de um rolo de papel reciclado na unidade de reciclagem e fabricação da Klabin em Piracicaba, Brasil, na terça-feira, 1º de outubro de 2013. Foto: Paulo Fridman/Bloomberg

A Klabin deve ficar os próximos dois anos em modo de geração de caixa para redução de seu endividamento, aproveitando os investimentos realizados nos últimos anos em expansão de capacidade de papel e celulose, afirmou o presidente-executivo da companhia, Cristiano Teixeira, nesta terça-feira (5).

A estratégia será perseguida apesar de eventuais oportunidades de aquisição, notadamente em fibra longa para produção de celulose fluff, segundo comentários do executivo feitos durante apresentação dos resultados da Klabin no terceiro trimestre, divulgados na véspera.

“É um mercado que apostamos no médio prazo”, disse Teixeira ao se referir da celulose fluff. “O próximo investimento da Klabin deveria vir desse produto… Os produtores globais têm apresentado dificuldade muito grande de gerar caixa e a Klabin está atenta a isso, tem se preparado em Santa Catarina para futuros investimentos”, afirmou o executivo.

Mas, diante da estratégia de reduzir endividamento, “isso não muda em nada a trajetória de desalavancagem. Nos próximos dois anos, vamos desalavancar, gerar caixa e só a partir daí fazer alguma proposição no conselho de administração”, disse Teixeira.

A Klabin encerrou setembro com uma alavancagem de 3,9 vezes em dólares, ante 3,2 vezes no segundo trimestre e no mesmo período de 2023. O endividamento líquido da empresa somava 29,5 bilhões de reais.

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Questionado sobre eventuais recompras de ações, o executivo afirmou que o assunto “está sempre no radar” da Klabin, mas não elaborou.

A companhia anunciou na véspera que aprovou 425 milhões de reais em pagamento de juros sobre capital próprio aos acionistas.

Mercado

A Klabin informou nesta terça-feira (5) suas expectativas de tendências para o quarto trimestre ante o período de julho a setembro, indicando que a demanda por papel e celulose deve ficar perto do que a empresa chama de “neutralidade”, enquanto os preços sinalizam estabilidade na maioria dos segmentos em que atua.

A companhia indicou em apresentação ao mercado que a demanda por celulose de fibra curta tem tendência levemente positiva, enquanto os preços mostram clara sinalização negativa para os próximos meses.

Na celulose de fibra longa e fluff, usada em produtos sanitários como fraldas, a empresa vê uma tendência ligeiramente melhor em termos de demanda, com preços em neutralidade, mas pressionados.

A Klabin avalia que no mercado de papelcartão a demanda futura é estável e preços também têm tendência de normalidade, com leve indicação para cima. No segmento de papelão ondulado, a expectativa de empresa é ligeiramente positiva para demanda e com preços relativamente estáveis.

Mas em kraftliner, a companhia vê uma tendência positiva de preços.

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O diretor de embalagens da Klabin, Douglas Dalmasi, comentou que a empresa espera uma melhora nos preços do quarto trimestre ante o terceiro depois de reajustar o produto em 10% em outubro e prever outro aumento de 10% em dezembro no mercado interno.

“No primeiro trimestre de 2025 os preços entrarão corrigidos e os descontos eliminados”, afirmou o executivo.

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