A MRV&Co (MRVE3) registrou lucro líquido atribuído aos controladores de R$ 181,1 milhões no segundo trimestre, um aumento de 214,8% na comparação anual, conforme relatório financeiro divulgado nesta quarta-feira.
O lucro da unidade de incorporação no Brasil, principal negócio do grupo, somou R$ 170 milhões no trimestre encerrado em junho, 77,3% superior ao lucro de 96 milhões apurado no primeiro trimestre e revertendo prejuízo de 202 milhões de reais do segundo trimestre de 2022.
Com o aumento de preços pela companhia para recompor margem acima da inflação e maior volume de vendas impulsionando a receita, “a dinâmica de melhora de resultado vai continuar”, disse Ricardo Paixão, diretor financeiro da MRV&Co, à Reuters.
A margem bruta da divisão apresentou alta no segundo trimestre, a 22,1%, de 18,9% no mesmo período do ano anterior. No consolidado, o indicador ficou em 22,2%.
“Com essa dinâmica de uma margem bruta melhor, acaba sobrando mais resultado aqui para poder pagar todas as despesas financeiras que a gente têm”, acrescentou Paixão.
A receita operacional líquida consolidada do grupo somou R$ 1,83 bilhão no trimestre, enquanto a geração de caixa ficou negativa em R$ 145 milhões.
As vendas líquidas de incorporação no Brasil somaram 2,2 bilhões de reais em valor geral de vendas (VGV), alta de 49,9% ano a ano. Em unidades, foram 9,8 mil, recorde trimestral para o segmento.
“A demanda sempre existe, o grande desafio do nosso negócio é conseguir fazer com que a capacidade de compra do cliente encaixe dentro do preço de imóvel que a gente quer”, disse Paixão, classificando revisões do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida, como o principal “driver” de vendas no período.
“As revisões que a gente teve do programa habitacional têm um papel fundamental aqui dentro.”
No desempenho consolidado, as vendas líquidas da MRV&Co totalizaram 2,6 bilhões de reais em VGV, praticamente estável ante mesmo período do ano anterior.
Além do negócio de incorporação imobiliária no Brasil, a MRV&Co também conta com as unidades Urba, de loteamento, Luggo, de locação, e a norte-americana Resia.
No mês passado, o grupo imobiliário levantou 1 bilhão de reais em uma oferta subsequente de ações visando a redução de dívida dentro da operação brasileira.
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