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Negócios

Lucro líquido do Fleury cai 56% no 4° trimestre

Menor busca por exames no final do ano pelos clientes por causa da Copa do Mundo e do período de festas impactaram o resultado.

O grupo de medicina diagnóstica Fleury (FLRY3) registrou lucro líquido de R$ 31 milhões no quarto trimestre de 2022, uma queda de 56,3% ano a ano, diante de menor busca por exames no final do ano pelos clientes por causa da Copa do Mundo e do período de festas, após anos de isolamento social, disse a empresa nesta quinta-feira.

Analistas esperavam, em média, lucro líquido de R$ 33,6 milhões de outubro ao fim de dezembro, segundo dados compilados pela Refinitiv.

“Foi dentro do que a gente esperava”, disse à Reuters a presidente-executiva do Fleury, Jeane Tsutsui, sobre o trimestre, destacando o menor fluxo nos laboratórios por causa da Copa do Mundo e do final de ano, temporada de viagens. “Agora no primeiro trimestre, a gente já viu a retomada de volume normal”, acrescentou ela.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) foi de R$ 232,7 milhões no trimestre, queda de 8,9% na base recorrente e anual, com a margem caindo de 25,1% para 20,9%. Analistas projetavam Ebitda de R$ 252,3 milhões.

A receita líquida do grupo avançou 9,5% nos três meses finais do ano passado, para R$ 1,11 bilhão, na comparação anual, com crescimento do faturamento bruto nos atendimentos de medicina diagnóstica ao consumidor e queda no segmento que tem hospitais e laboratórios como clientes.

A unidade de novas avenidas de negócios da empresa, que inclui áreas como ortopedia, infusão de medicamentos, oftamologia e medicina reprodutiva, mostrou avanço de 76% na receita bruta do trimestre ano a ano, para R$ 143,7 milhões.

As despesas operacionais e equivalência patrimonial do Fleury aumentaram 17,9% no quarto trimestre, para R$ 141,6 milhões, com impacto de fechamento de aquisição nas depreciações e amortizações.

O resultado financeiro também pressionou a última linha da companhia, com piora de 41,2% em 12 meses, para R$ 78,2 milhões no trimestre.

A empresa, que em dezembro fez um aumento de capital de quase R$ 850 milhões, viu sua alavancagem medida pela relação dívida líquida/Ebitda a 1,2 vez como fruto da operação, contra 1,7 vez no final do terceiro trimestre.

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O Fleury, que além de medicina diagnóstica vem expandindo suas operações para outras áreas como oftamologia, anunciou desde 2020 cerca de uma dezena de aquisições, o que vem impulsionando sua receita. A principal delas, do Hermes Pardini, ainda depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

A Superintendência-Geral do órgão regulador considerou o negócio “complexo” em fevereiro e pediu mais informações sobre as operações da empresa, em especial em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Tsutsui, que não divulgou projeções sobre um potencial aval regulatório, disse que, “na verdade, a nota de complexidade nos deixou aliviados, porque mostrou que não tem nenhuma concentração nos outros locais”.

Para 2023, ela disse que a empresa mantém sua estratégia traçada há dois anos, de construção de ecossistema integrado de saúde. Sobre aquisições, a executiva indicou uma maior disciplina. “Temos uma integração forte para fazer. Olhamos o ‘pipeline’, mas acredito que seremos mais disciplinados agora”, afirmou ela, citando o aumento do custo de capital.

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