O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira que a Advocacia-Geral da União (AGU) deverá pedir na Justiça a revisão do contrato de privatização da Eletrobras (ELET3, ELET6), citando que o processo teria sido “errático” e “quase que uma bandidagem”.
“Foi feita quase que uma bandidagem para que o governo não volta a adquirir maioria na Eletrobras. Inclusive, possivelmente o advogado-geral da União vai entrar na Justiça para que a gente possa rever esse contrato leonino contra o governo”, disse Lula em entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto.
“Porque é contra o governo, tanto na participação acionária –nós queremos ter mais gente na direção e mais gente no conselho– quanto esse negócio de que você não pode comprar, você vai pagar três vezes mais caro. Isso é uma coisa irracional, maquiavélica, que nós não podemos aceitar”, acrescentou o presidente, que, entretanto, negou que sua gestão tenha planos de reestatizar a empresa.
A privatização da Eletrobras foi aprovada no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, sob críticas de partidos de esquerda como o PT, de Lula.
Na semana passada, em mensagem ao Congresso, o governo já havia feito críticas à privatização da Eletrobras, se dizendo preocupado em mitigar “consequências negativas” do processo sobre as tarifas de energia devido à descotização e à concentração de poder de mercado em uma empresa privada.
Também disse que “inquieta e deve ser foco de atenção” a perda por parte da União da capacidade de influenciar os rumos da elétrica.
As afirmações repetiram ideias que haviam sido apontadas pela equipe de transição do governo no início do ano, e que criaram apreensão no mercado.
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