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Negócios

McDonald’s: o modelo de negócio de sucessão familiar

No Zoomkerman, David Grinberg, vice-presidente de comunicação corporativa da Arcos Dorados, conta como ser um franqueado da rede de fast food.

A rede de fast food americana McDonald’s possui um modelo de negócio de franquia diferente dos modelos tradicionais. É o que afirma o jornalista David Grinberg, vice-presidente de comunicação corporativa da Arcos Dorados, maior franquia da marca McDonald’s e que opera na América Latina e Caribe.

No Zoomkerman, ele diz que um dos diferenciais do negócio da companhia é o de que o investidor faz o papel de dono, diferentemente do modelo tradicional de franquia, que não precisa, necessariamente, conhecer do negócio.

No McDonald’s, explica Grinberg, o investidor precisa estar a todo tempo à frente da operação. E, para isso, ele precisa ser treinado em um processo que dura, aproximadamente, um ano onde o interessado em ter uma loja da rede passa por todas as posições de trabalho dentro do restaurante para ter uma visão mais ampla do negócio.

O jornalista conta que quem deseja ser um franqueado da rede fast food faz sua solicitação por meio do site da empresa. O próximo passo é uma análise desse pedido, bem como uma avaliação da capacidade financeira do investidor, tanto do investimento na aquisição como do capital de giro para que a pessoa consiga manter o negócio por um tempo. Uma vez que essa análise conclui que o interessado tem as condições necessárias, o futuro investidor passa pelo treinamento e, se aprovado, a companhia vai analisar e decidir se ele está apto ou não a ter um restaurante da rede.

Outro ponto que Grinberg destaca é que o contrato de franquia do McDonald’s não permite que o restaurante seja vendido de uma pessoa para outra. “A única situação é a questão de sucessão familiar. A pessoa pode passar para o filho, desde que ele se submeta a todo o processo de treinamento que o pai tenha passado e que mostre que ele esteja apto. Não existe a possibilidade de a franquia ser vendida. É o negócio da vida. A pessoa fica com o McDonald´s para sempre”, explicou.

Ele conta ainda que, em média, o investidor demora 36 meses para ter retorno financeiro com a franquia.

Superação pessoal

David Grinberg contou também do seu lado pessoal e da sua paixão por esporte. “O esporte sempre fez parte da minha vida, um complemento da educação. Sempre gostei de ser ativo e de estar ativo. O esporte cresceu comigo”, disse.

Passando pelo futebol, natação e corrida, ele chegou ao triatlo, modalidade esportiva que compreende prova de natação, ciclismo e corrida.

E foi durante a preparação para uma dessas provas que ele começou a não se sentir bem. “Me corpo já não reagia, sentia cansaço, ficava resfriado com muita frequência. Achava que fazia parte da minha rotina de pai, de executivo, de dormir pouco, alimentação incorreta e fui levando”, relatou.

Dez dias antes da competição, ele fez uma bateria de exames, que mostrou resultados fora do padrão. Além disso, o médico notou que ele estava com uma dilatação no baço e recomendou ao jornalista desistir da prova de Ironman. “Eu já estava treinando há quase um ano. Minha cabeça estava 100% focada. A pergunta era o que eu precisava fazer para cumprir a prova. O médico me disse para ser prudente, evitar acidentes, pois era perigoso”, contou.

E foi após a realização da prova feita com cuidado, pois estava com saúde debilitada, que ele notou que ainda não  se sentia bem. Depois de duas semanas, o mal-estar continuava, até que o jornalista passou mal, desmaiou e bateu a cabeça. Foi então que, no hospital, ao fazer exames para descobrir se não havia tido traumatismo craniano com a queda, os médicos diagnosticaram Grinberg com linfoma, câncer que atinge o sistema linfático.

“Fui diagnosticado com um dos linfomas mais agressivos que existe. Internei para investigar possíveis consequências da queda que tive e fui diagnosticado com câncer. Nunca passou essa possibilidade pela minha cabeça. Sempre fui saudável, ativo, jovem. Eu tinha 39 anos na época”, explicou.

Grinberg começou imediatamente todo tratamento necessário e hoje está curado. E foi durante esse processo que ele se aproximou do chefe que tinha do seu trabalho na época e conseguiu fazer uma nova prova um ano depois. “Ele era bastante sedentário e disse que eu sairia daquela situação e que faríamos um Ironman juntos um ano depois. Ele teve disciplina, parou de fumar, começou a treinar, comprou equipamentos e fizemos uma meia prova nos Estados Unidos. Foi uma das maiores emoções. Isso conclui a história que passar a linha da chegada depois de tudo isso foi a ressurreição”, contou.

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