A Meituan, líder em entrega de comida na China, divulgou uma previsão sombria após relatar que a “concorrência irracional” praticamente eliminou seu lucro.
O lucro líquido da Meituan despencou 97% no segundo trimestre deste ano, indo para 365,3 milhões de yuans (ou algo como US$ 51 milhões), apesar de um aumento de 12% na receita.
O alerta provavelmente deixará ainda mais furiosos os investidores, que viram a empresa perder cerca de um quarto do valor de mercado em 2025.
A queda na lucratividade ilustra como a principal plataforma de entrega de comida da China está enfrentando seu maior desafio em anos, diante de rivais gêmeas que — até recentemente — haviam cedido em grande parte o mercado doméstico de refeições.
Em 2025, isso mudou quando a JD, buscando crescimento durante uma crise de consumo, e a Ele, do Alibaba, começaram a oferecer subsídios generosos a clientes com dificuldades financeiras.
Meituan: perdas continuam
A empresa sediada em Pequim agora prevê “perdas significativas para seus principais negócios de comércio local, incluindo entrega de alimentos, no trimestre atual”, disse o diretor financeiro, Chen Shaohui, a analistas em uma teleconferência pós-lucros na quarta-feira.
“Esperamos que haja uma concorrência acirrada e contínua no curto prazo“, disse Chen. “Isso terá um impacto negativo em nossos resultados financeiros.”
A batalha tripla no setor alimentício corroeu a lucratividade do setor e forçou a Meituan a defender seu negócio principal em diversas frentes. Este mês, a JD reportou uma redução pela metade no lucro líquido do trimestre. O Alibaba registrou crescimento modesto e deve divulgar seus lucros na sexta-feira (29).
Nos últimos meses, o trio do delivery investiu bilhões de dólares em incentivos e na contratação de entregadores.
Essa estratégia teve efeito contrário aos investidores, que venderam ações da Meituan e da JD, eliminando cerca de US$ 100 bilhões de seu valor de mercado combinado em determinado momento.
Após um alerta dos órgãos reguladores do setor, as três empresas se comprometeram em agosto a cessar sua “concorrência desordenada” e evitar uma guerra de preços autodestrutiva.