Por Yuka Obayashi e Kaori Kaneko
TÓQUIO (Reuters) – A Mitsui & Co disse nesta quinta-feira que desembolsará 30 milhões de dólares para adquirir uma participação de 12% na Atlas Lithium para entrar na operação de minas de lítio no Brasil e atender à demanda pelo mineral para baterias.
O acordo da trading japonesa segue um negócio semelhante anunciado pela rival Mitsubishi Corp este mês para comprar uma participação no projeto de lítio PAK da mineradora canadense Frontier Lithium.
A Mitsui afirmou que irá subscrever uma alocação de terceiros no valor de 30 milhões de dólares em novas ações pela Atlas e obter o direito de comprar concentrado de espodumênio de lítio.
A Atlas, sediada nos EUA, está desenvolvendo o projeto Neves no Vale do Lítio, no Estado de Minas Gerais. A empresa é uma das maiores detentoras de concessões de lítio no Brasil.
A expectativa é de que o projeto Neves inicie a produção de concentrado de espodumênio no quarto trimestre de 2024, com a produção anual atingindo 300.000 toneladas após uma expansão no final de 2025, o suficiente para ser usado em cerca de 1 milhão de veículos elétricos, disse a Mitsui.
A Mitsui vai consumir um total de 315.000 toneladas de concentrado em cerca de 5 anos.
“Como a Atlas possui mais de 50 blocos no vale, vemos potencial de crescimento”, disse Akinobu Hashimoto, gerente geral da nova divisão de metais e alumínio da Mitsui, a repórteres.
Ele destacou o curto período entre o investimento e o início da produção e os custos de desenvolvimento mais baixos em comparação com os da Austrália como principais pontos atrativos da operação.
O negócio marca o primeiro investimento da Mitsui em lítio e faz parte de sua estratégia de construir cadeias de valor de materiais de bateria que abrangem desenvolvimento, produção e reciclagem.
A Mitsui tem como objetivo expandir seu portfólio de lítio, envolvendo-se em projetos adicionais de upstream e de conversão, ao mesmo tempo em que também está de olho em investimentos em outros minerais de bateria, como níquel e manganês, disse Hashimoto.
A conclusão do negócio está prevista para abril.
(Reportagem de Kaori Kaneko)
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