A assembleia de acionistas da Hypera terminou com vitória do bloco de controle e uma derrota parcial dos minoritários: dos dois candidatos indicados pelo fundo Geração L. PAR, ligado ao investidor Lírio Parisotto, apenas Rachel Maia foi eleita para o novo conselho da farmacêutica.

A eleição de Rachel acabou desbancando Eliana Chimenti, advogada do Machado Meyer apoiada pela administração da Hypera, mas que ficou de fora após o uso do voto múltiplo​.

A eleição de Rachel, uma executiva com experiência no varejo, é mais um capítulo da ofensiva iniciada por Parisotto após a tentativa frustrada da EMS, controlada por Carlos Sanchez, de adquirir a Hypera em outubro do ano passado​.

Depois da oferta hostil, Sanchez ampliou sua posição acionária chegando a 6% das ações da concorrente e, em articulação com Parisotto — de quem é sócio em alguns negócios ​—, tentou influenciar a formação do novo conselho.

O movimento encontrou resistência em uma barreira erguida pelo fundador João Alves de Queiroz Filho, conhecido como Júnior, que reforçou seu bloco com um acordo com a Votorantim e a gestora mexicana Maiorem​​. Em paralelo, uma decisão do Cade suspendeu os direitos políticos da EMS enquanto analisa o risco concorrencial​.

Sem o peso dos votos da EMS, Parisotto retirou sua candidatura às vésperas da assembleia​​, e apenas Rachel Maia conseguiu conquistar apoio suficiente para se eleger. Marcelo Gasparino, outro indicado, ficou de fora.

Além de ver seus principais indicados derrotados no Conselho de Administração, o grupo ligado a Lírio Parisotto também fracassou na eleição do Conselho Fiscal da Hypera. As vagas destinadas aos minoritários foram ocupadas por indicados da gestora Brasil Capital.