A presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, afirmou nesta quinta-feira que a piora na inadimplência na carteira rural não é generalizada, após o resultado do terceiro trimestre mostrar forte deterioração no segmento, fazendo o banco elevar significativamente suas provisões.
“Não existe crise no agronegócio brasileiro”, reforçou executiva em videoconferência com analistas sobre o balanço do banco divulgado na noite de quarta-feira. Medeiros chamou a atenção para o que chamou de “algo novo”, que é um aumento de pedidos de recuperação judicial do produtor rural, apesar de ainda ter uma representação mínima nos resultados do banco. “É um instrumento utilizado por poucos, mas que traz efeitos negativos a todos”.
“A RJ do produtor rural inviabiliza o acesso ao crédito, compromete a confiança na cadeia do agro, cria uma ruptura na atividade econômica das mulheres e dos homens no campo, e impacta o custo para todo segmento”, reforçou.
A maior parte do aumento da inadimplência rural “está relacionada com a cultura de soja, especialmente na região Centro-Oeste”, afirmou a presidente do BB.
No terceiro trimestre, as provisões para créditos de liquidação duvidosa do BB cresceram 34,2% ano a ano, com a linha de risco de crédito aumentando 26,9%, explicado principalmente pela elevação da inadimplência no segmento agro. O índice acima de 90 dias passou a 1,97%, de 0,71% um ano antes.
Por Paula Arend Laier
Veja também
- Petrobras confirma plano de investir mais de R$ 635 bilhões entre 2025 e 2029
- Enel prepara plano de investimentos para buscar renovação de suas concessões no Brasil
- Wall Street afunda com cautela de Powell e escolhas do gabinete de Trump
- Argentina registra o décimo mês consecutivo de superávit primário em outubro
- Ajuste fiscal não será ‘serra elétrica’ em gastos, diz Padilha