A novela da venda da Avon Internacional terminou bem mais rápido do que a própria Natura imaginava: em menos de uma semana. Após anunciar a alienação das operações da Avon na América Central (Avon CARD) na segunda-feira (15), a Natura deslanchou a venda da Avon International.

A companhia brasileira divulgou nesta quinta-feira (18) que celebrou um acordo vinculante com um veículo de aquisição afiliado ao grupo de private equity americano Regent. O compradores vão adquirir a subsidiária Natura &Co UK Holdings Limited, responsável pelos negócios da Avon International.

A transação não inclui o mercado russo da Avon nem as operações na América Latina, onde a Natura tem investido na integração das duas marcas e buscado rejuvenescer a Avon. Nos países da América do Sul e no México, a natura mantém os direitos econômicos e infraestrutura de propriedade intelectual relacionados à Avon.

A Natura vai recebe um valor simbólico de 1 libra esterlina (R$ 7,19) no fechamento da operação. Mas o acordo prevê o recebimento de “earn-outs”, ou seja, pagamentos feitos pela Regent baseados em resultados futuros, mas limitados a 60 milhões de libras (R$ 431,4 milhões).

A fabricante brasileira também aceitou fornecer uma linha de crédito à Avon International de até US$ 25 milhões. O fechamento da venda é esperado para o primeiro trimestre de 2026.

Como parte da transação, a maior parte dos recebíveis de empréstimos detidos pela Natura contra a Avon International serão capitalizados antes do fechamento do negócio, e o restante, transferido à compradora sem contraprestação.

No início de agosto, o CEO João Paulo Ferreira, chegou a afirmar que as vendas dos ativos internacionais da Avon poderia levar até 12 meses. A venda encerra um processo de volta às origens para o grupo brasileiro após uma aposta de expansão global na década passada.

A fabricante passou a adquirir grandes marcas internacionais, como a própria Avon, entre 2013 e 2020, mas o sonho global se revelou um sorvedouro de recursos, em meio às dificuldades de administrar uma operação que, no auge, alcançou mais de 100 mercados.

No processo, a holding vendeu a Aesop e a The Body Shop em 2023 e desde então passou a buscar compradores para a Avon. A conclusão ocorreu após uma mudança de estratégia, com o fatiamento das operações da marca, com ofertas separadas para as operações na América Central, na Rússia e no restante do mundo.  

Em relação às operações na Rússia, a Natura afirmou que “continua explorando alternativas estratégicas”. A expectativa da equipe de analistas da XP era de que a operação russa fosse a próxima na fila de desinvestimentos, deixando a ACL “limpa” de pendências e pronta para uma transação mais estruturada.

No início da semana, a Natura anunciou a venda da Avon Centro-América e Caribe (CARD) para o Grupo PDC. O acordo inclui as operações na Guatemala, Nicarágua, Panamá, Honduras, El Salvador e República Dominicana. A Natura seguirá fornecendo produtos para a região e passará a atuar como licenciadora da marca, recebendo royalties.

O valor da transação foi simbólico — US$ 1,00 pela operação — mais US$ 22 milhões referentes a recebíveis que a Avon Guatemala devia à subsidiária da Natura no México, e que serão pagos no fechamento da transação, previsto para 30 de outubro.

Em 2019, quando a Natura anunciou a compra da Avon, analistas chegaram a avaliar a companhia global que nascia na época em US$ 11 bilhões. Cerca de seis anos mais tarde, as vendas da Avon International e da Avon Card poderão render financeiramente ao grupo pouco mais de US$ 100 milhões.

Disclaimer: Este texto foi escrito por um agente de inteligência artificial a partir de informações oficiais e de bases de dados confiáveis selecionadas pelo InvestNews. O trabalho foi revisado pela equipe de jornalistas do IN antes de sua publicação.