A diretoria da Nestlé está revisando o plano de negócio para o setor de vitaminas, que vem apresentando baixo desempenho. O estudo pode levar ao desinvestimento de algumas marcas, informou a companhia nesta quinta-feira (24). O volumes de vendas no primeiro semestre cresceu mais lentamente do que o esperado pelos analistas.

As ações da Nestlé, a maior produtora de alimentos do mundo, caíram para o nível mais baixo em seis meses.

Como a desaceleração econômica global pressionou os clientes e os levou a buscar alternativas mais baratas, a fabricante suíça das barras de chocolate KitKat, do café Nespresso e do tempero Maggi teve mais dificuldade para vender seus projetos de marca.

Os resultados mais baixos do que o esperado aumentam a pressão dos investidores sobre o presidente-executivo Laurent Freixe para que recupere o preço das ações e as vendas da empresa. Desde sua nomeação, em agosto do ano passado, o preço das ações da Nestlé ficou abaixo de seus rivais, incluindo a Unilever e a Danone .

Por enquanto, a empresa suíça manteve sua meta para 2025, dizendo que espera que o crescimento orgânico das vendas melhore.

A Nestlé estimou uma margem de lucro operacional comercial subjacente igual ou superior a 16%, incluindo o impacto negativo das tarifas e das taxas de câmbio atuais.

O setor de Vitaminas, Minerais e Suplementos (VMS) da Nestlé gera cerca de 1 bilhão de francos suíços (cerca de US$ 1,25 bilhão) em vendas anuais, informou a diretoria da Nestlé.

“Lançamos uma revisão estratégica de nossas marcas de baixo desempenho, incluindo Nature’s Bounty, Osteo Bi-Flex, Puritan’s Pride e marcas próprias dos EUA, o que pode resultar no desinvestimento dessas marcas”, disse a Nestlé.

Freixe disse que a Nestlé se concentraria em suas marcas VMS premium globais e que um possível desinvestimento das outras marcas poderia ocorrer em 2026.

A Nestlé declarou ainda que o crescimento orgânico das vendas no primeiro semestre, que exclui o impacto dos movimentos cambiais e das aquisições, aumentou 2,9% nos seis meses até junho, um pouco acima da média das previsões dos analistas, de 2,8%.

No entanto, o crescimento interno real foi de 0,2%, abaixo da previsão consensual de 0,4%, refletindo uma demanda mais branda, uma vez que os clientes se recusam a aumentar os preços.

O total de vendas relatadas diminuiu 1,8%, para 44,2 bilhões de francos suíços (US$ 55,5 bilhões), em comparação com as expectativas dos analistas de 44,6 bilhões de francos (US$ 56 bilhões), uma queda que a Nestlé atribuiu, em parte, ao impacto negativo de 4,7% do câmbio, já que o franco suíço se fortaleceu este ano.