O mercado tem especulado que a situação da empresa seja pior do que o imaginado. Na semana passada, a Ambipar obteve proteção emergencial contra seus credores após informar a um tribunal do Rio de Janeiro que corria risco de colapso financeiro. O Deutsche Bank pediu pagamentos antecipados que poderiam ter acionado cláusulas de vencimento cruzado em uma dívida de mais de R$ 10 bilhões, segundo os autos obtidos pela Bloomberg.
Um juiz suspendeu todas as cobranças e execuções de dívida contra a Ambipar e suas empresas relacionadas por 30 dias. A medida pode ser prorrogada por mais de 30 dias. O pedido feito pela Ambipar é comum em processos de recuperação judicial.
Os títulos em dólar da Ambipar, que já vinham despencando há dias em meio à crescente preocupação de que a empresa buscaria uma reestruturação de sua dívida atingiram mínima histórica. Diante do cenário negativo, a empresa contratou o banco de investimentos BR Partners para assessorar a negociação de dívida.
Na última quarta-feira (1º), o portal Pipeline revelou que um FIDC, contabilizado como caixa da Ambipar e responsável por quase metade do valor, registrou perdas na rentabilidade e movimentações antes do pedido de proteção pela empresa.
A reportagem indica que o fundo envolve partes relacionadas, com os principais cedentes sendo ligados a Guilherme Borlenghi, filho do controlador Tércio Borlenghi e diretor operacional da Ambipar; e à diretora-adjunta Luciana Nascimento.
Apesar de a companhia ainda valer acima de R$ 4 bilhões, o mercado estima que seu caixa real seja de apenas US$ 80 milhões, o que gerou uma crise de confiança e derrubou as ações no pregão.