A Petlove, líder online do segmento pet no Brasil, e a DogHero, empresa de serviços para pets, acabam de anunciar a fusão das suas operações. Segundo as empresas, a junção dos negócios deve capturar mais de R$ 100 milhões em sinergias. Isso porque a união reduz custos de aquisição de clientes e facilita o que os executivos chamam de cross-sell, quando a venda de uma bandeira leva o cliente a comprar da outra.
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A expectativa é que o indicador LTV (valor vitalício, na sigla em inglês, que estima o lucro líquido da vida de um cliente dentro da empresa) suba em 26%. Ou seja, as duas empresas juntas devem fazer os clientes gastarem mais no que se chama agora de “ecossistema PetLove”. O segredo para isso está justamente na prestação de serviços. A PetLove vende produtos, mas há tempos investe no sistema de assinaturas de itens que têm compras recorrentes. Durante a pandemia, a companhia lançou ainda, depois da compra da VetSmart, o programa Arca de Noé, uma espécie de marketplace para empresas do ramo.
Com cerca de 2.500 parceiros nesse programa, entre veterinários, petshops, clínicas e hospitais, a PetLove arremata agora cerca de 25 mil prestadores de serviços da DogHero. Eles, em sua maioria, são cuidadores, passeadores e petsitters autônomos cadastrados na plataforma. É nesse sentido que a companhia “marca território” e se diferencia dos grandes marketplaces que também vendem rações e acessórios para pets.
Mesmo com a força da fusão e das recentes aquisições da companhia, o CEO da PetLove, Marcio Waldman, não fala em abrir capital. “As empresas têm ido a mercado ou para buscar financiamento ou fazer a saída de investidores. Não é o caso do grupo PetLove no momento, com Vetus, VetSmart e DogHero. Estamos capitalizados pelos aportes que recebemos de Softbank e L. Catterton e nenhum dos nossos investidores quer sair do negócio agora. A médio e curto prazo, não há nenhuma tendência”, diz.
A DogHero não divulga seu faturamento, mas os números da PetLove ajudam a dar uma ideia do quanto a fusão e as recentes aquisições devem impactar nas finanças da empresa. Waldman diz que sem a pandemia, a estimativa de faturamento da empresa era de R$ 440 milhões em 2020. A quarentena, porém, impactou positivamente os números e a companhia deve fechar o ano com R$ 540 milhões faturados. Para o ano que vem, as contas estão entre R$ 850 milhões e R$ 900 milhões. “Ainda estamos calculando”, diz Waldman.
A marca DogHero será mantida e o CEO desta operação será o cofundador da empresa, Fernando Gadotti. Eduardo Baer, também fundador, deve assumir como diretor de assinaturas da PetLove. O Conselho de Administração e governança da PetLove continuam os mesmos. Na junção, a Petlove oferece cerca de 4 milhões de usuários de sua plataforma, enquanto a DogHero oferta 1,2 milhão. Estima-se que 250 mil a 300 mil, apenas, já sejam usuários das duas empresas.
“Somos muito analíticos e muito ligados a dados. Nosso NPS (índice que mede a satisfação dos clientes) é muito importante e motivo de orgulho para nós”, diz Gadotti. Hoje, esse número gira em torno de 98% de satisfação, segundo a DogHero. Para eles, que têm proximidade com a PetLove desde 2014, não haveria outra concorrente com o mesmo olhar digital e proximidade de visão para buscar unir os negócios. As duas companhias têm, inclusive, investidores em comum.
*Com Estadão Conteúdo