O Mercado Livre planeja alcançar uma base de usuários ativos de 300 milhões, o que significa triplicar o nível atual de 100 milhões. A meta foi revelada pelo presidente-executivo da companhia, Marcos Galperin.
Além de multiplicar o tamanho da base de usuários, a companhia pretende avançar sobre pagamentos online, aproveitar a inteligência artificial e usar drones para alcançar mais compradores.
“Temos muito espaço para continuar crescendo no comércio eletrônico”, disse Galperin à Reuters nos escritórios da empresa em Buenos Aires, sem dar prazo específico para a meta dos 300 milhões de usuários ativos.
“Em nossa plataforma Mercado Pago estamos apenas arranhando a superfície de tudo o que podemos fazer. Acho que o Mercado Pago tem enormes oportunidades pela frente.”
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O Mercado Livre já se tornou a empresa de capital aberto mais valiosa da região, com um valor de mercado superior a US$ 100 bilhões. O preço das ações da companhia subiu cerca de 1.600% em dez anos e 26% neste ano.
Galperin, no entanto, disse que não “perde o sono” com o preço das ações, mas que se concentra no crescimento dos negócios nos principais mercados da empresa – Brasil, México, Argentina e, cada vez mais, Chile. O executivo afirmou que quer expandir o grupo organicamente e não por meio de aquisições.
“Não gostamos de comprar participação de mercado, gostamos de construir participação de mercado”, disse ele.
Recuperação na Argentina
A sede do Mercado Livre fica em um distrito industrial de Buenos Aires, a apenas alguns quarteirões da garagem original onde Galperin cofundou a empresa há 25 anos.
A Argentina, no entanto, tem enfrentado repetidas crises econômicas, com inflação galopante – hoje acima de 250% -, períodos de controle de capital, inadimplência soberana e recessões regulares que pesam sobre o mercado doméstico.
Galperin, no entanto, disse ter renovado o otimismo, citando as políticas orientadas para o mercado introduzidas pelo governo de Javier Milei, que na semana passada visitou a empresa para marcar presença no anúncio de um novo investimento, de US$ 75 milhões, do grupo em um centro de logística.
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“Estamos otimistas com relação à economia da Argentina em médio prazo. Portanto, isso nos levou a investir novamente”, disse ele, citando um aumento no crédito e a desaceleração da inflação mensal que ajudaram a impulsionar a confiança do consumidor e as vendas.
“No segundo trimestre, observamos um crescimento em termos de transações e itens vendidos. Portanto, a economia está se recuperando”, disse ele, embora acrescentando que a recuperação da economia levará tempo.
Galperin disse que está “muito satisfeito” com a forma como a empresa está gerenciando o risco no Brasil e em toda a região.
“Desde que os empréstimos inadimplentes estejam sob controle, e eles têm estado, acho que vamos ficar bem.”
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