E isso não vale apenas para o minério de ferro. Em teleconferência com jornalistas para falar dos resultados do segundo trimestre, Marcelo Bacci, vice-presidente de finanças e relações com investidores da Vale, afirmou que o níquel tem tarifa zero de exportação, enquanto não há exportações de cobre de forma relevante para os americanos.
No caso de tarifas de reciprocidade, se fossem adotadas, o risco seria um pouco maior. Mesmo assim, a Vale também encara o problema sem grande preocupação. Bacci afirma que 5% de tudo que a companhia importa vem dos EUA e, mesmo nesse caso, a mineradora vem estudando alternativas para trazer os insumos de outros lugares.
O que a Vale quer mesmo é estar preparada para distribuir mais dinheiro aos acionistas. A companhia trabalha para ter uma estrutura de capital que permita a redução da dívida líquida no segundo semestre – e o ritmo dessa diminuição pode permitir o pagamento de dividendos extraordinários ou recompras de ações.
O foco também é no crescimento no segmento de cobre, um produto visto como estratégico para a empresa e onde ela se vê menor do que gostaria. É aqui que o custo dos investimentos (capex) por tonelada estão mais baixos.
O coração da Vale é o minério de ferro e a queda dos preços no intervalo do segundo trimestre deste ano frente a igual período do ano passado é o que justificou a retração do lucro. Daqui para a frente, a companhia prevê um cenário sem grandes mudanças, com um equilíbrio de preços em torno dos US$ 100 a tonelada.