O chefe da fabricante europeia de aviões Airbus, Guillaume Faury, disse que a nova tecnologia de rotor aberto que está sendo testada pela fabricante de motores CFM International oferece eficiência promissora e redução de emissões, mas que “ainda não se sabe” se ela será comercialmente viável.
O presidente-executivo, Guillaume Faury, também disse a jornalistas, à margem da Cúpula Aeroespacial Global, organizada pela Câmara de Comércio dos EUA, que as entregas da geração atual de motores LEAP fabricados pela CFM International continuam atrasadas. “Eles estão atrasados em suas entregas”, disse ele. A CFM não fez comentários imediatos.
Em julho, o maior fabricante de aviões do mundo emitiu um alerta de previsão de resultados que reduziu meta de entregas de aviões em 30 unidades, para 770 aeronaves, culpando problemas na cadeia de suprimentos. Os problemas incluem itens como motores e interiores de cabine.
De propriedade conjunta da GE Aerospace e da francesa Safran, a CFM é a maior fabricante de motores a jato do mundo em termos de volume de motores vendidos. Os motores LEAP equipam todos os jatos Boeing 737 MAX e cerca de metade dos rivais A320 neos produzidos pela Airbus, onde competem por contratos com companhias aéreas com a Pratt & Whitney.
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O presidente-executivo da GE Aerospace, Larry Culp, disse que a empresa estava trabalhando em estreita colaboração com seus 15 principais fornecedores, onde se localiza a maior parte da escassez.
“Fizemos um tremendo progresso nos últimos seis meses, entrando nessas instalações e ajudando-os a identificar e eliminar as restrições”, disse ele na conferência.
A CFM, que este mês comemora seu 50º aniversário, está testando um conjunto de tecnologias que poderia resultar em um motor de rotor aberto, cujo ventilador principal seria maior e mais visível para captar mais ar e queimar 20% menos combustível.
Fontes do setor dizem que a Boeing está menos entusiasmada com a viabilidade de curto prazo de aspectos das tecnologias do chamado demonstrador RISE da CFM, e a Aviation Week informou recentemente que a Boeing estava se inclinando para um formato de motor mais tradicional.
“Ainda estamos no processo de testar o rotor aberto e validar o ruído, a vibração, o desempenho… Ainda não chegamos à conclusão de que o rotor aberto será bem-sucedido. Esperamos que seja esse o caso, porque ele tem o potencial de ser muito mais eficiente em termos de combustível”, disse Faury.
O executivo reiterou que a Airbus pretende lançar o desenvolvimento de um novo jato até o final da década.
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A Pratt & Whitney e a britânica Rolls-Royce estão trabalhando em projetos baseados em tecnologia de engrenagens com carcaças ou naceles de motores tradicionais. A divisão aumenta a perspectiva de que a Airbus poderá oferecer apenas um fornecedor, em vez de dois, como acontece atualmente.
Faury disse que esperav que outros fabricantes de motores se juntassem à CFM na análise de projetos de rotor aberto para aumentar a concorrência. Ele não descartou a possibilidade de optar por apenas um fornecedor.
“Precisaremos de um contrato (da CFM), uma oferta que funcione a longo prazo. Se esse for o caso, ficaremos felizes em ficar com eles. Se não for o caso, talvez voltemos às tecnologias mais tradicionais, em que dois fabricantes competem entre si. Eu diria que ainda não se sabe como isso vai se desenrolar.”
Os analistas afirmam que as escolhas sobre a arquitetura do motor nos próximos anos moldarão o transporte aéreo nas próximas décadas, à medida que Airbus e Boeing renovarem seus produtos de médio curso mais vendidos, enquanto a China lança um desafio crescente ao duopólio do mercado de jatos.
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