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Primeiro financiamento verde do Banco Mundial será para o Brasil

Conselho do banco aprovou nesta quinta-feira (22) uma linha de financiamento de US$ 400 milhões com o Banco do Brasil para emitir empréstimos de longo prazo vinculados à sustentabilidade para pequenas e médias empresas.

As empresas brasileiras serão as primeiras do mundo a receber financiamento vinculado à sustentabilidade do Banco Mundial, com o objetivo de reduzir suas emissões de carbono.

O conselho do banco aprovou nesta quinta-feira (22) uma linha de financiamento de US$ 400 milhões com o Banco do Brasil (BBAS3) para emitir empréstimos de longo prazo vinculados à sustentabilidade para pequenas e médias empresas, informou em comunicado. O credor espera conceder o primeiro empréstimo até o segundo semestre do ano que vem, disse em entrevista Shireen Mahdi, gerente do projeto no Banco Mundial.

O projeto também inclui US$ 98 milhões adicionais para criar um Fundo de Dívida Climática que alavancará capital privado e se concentrará em empresas maiores, especialmente no agronegócio. O financiamento terá como objetivo reduzir as emissões por meio de cadeias de suprimentos, e não apenas dentro da própria estrutura de uma empresa. Outros US$ 2 milhões serão destinados à construção da tecnologia necessária para auxiliar empresas e acessar mercados de carbono de alta qualidade dentro do Banco do Brasil.

“Adotaremos altos padrões de qualidade para planos de mitigação e mercados de carbono”, disse Mahdi, que é o principal economista do Banco Mundial no Brasil. “Uma empresa que conseguir ter sucesso estará pronta para mercados de exportação e cadeias de valor que estão se tornando mais verdes.”

As linhas de crédito serão de até 20 anos e provavelmente terão um cupom redutor, usado no financiamento verde para que os emissores paguem menos juros quando atingirem suas metas. O Banco do Brasil espera que o agronegócio lidere os pedidos de financiamento, mas o projeto está aberto a todos os setores da economia. Os bancos ainda estão definindo como as metas serão determinadas, medidas e validadas.

O projeto visa reduzir as emissões de C02 em até 4,5% do que o Brasil precisa para se manter a caminho do compromisso de zero líquido até 2030. Espera-se mobilizar US$ 1,4 bilhão em capital privado, segundo o banco. Sua abordagem “one-stop-shop”, concentrando todas as etapas necessárias dentro da mesma estrutura do banco, pode dar às pequenas e médias empresas um melhor acesso aos mercados de carbono, disse Mahdi.

Empresas e bancos brasileiros captaram US$ 20 bilhões por meio de títulos verdes ou sustentáveis durante 2020-2021, de acordo com dados recentes do banco central. 

O Banco Central também está pressionando o sistema financeiro por uma abordagem verde para sua estrutura de risco, enquanto os investidores estão pedindo que o governo emita um título vinculado à sustentabilidade que pagaria juros se o país protegesse a floresta amazônica.

David Malpass, presidente do Banco Mundial, em coletiva de imprensa da instituição em Washington com logo do banco mundial ao fundo
David Malpass, presidente do Banco Mundial, fala durante coletiva de imprensa nas reuniões da primavera norte-americana do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional em Washington, EUA 11/04/2019 REUTERS/James Lawler Duggan/File Photo

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