A produção de petróleo da Petrobras (PETR3 e PETR4) no Brasil caiu 5,3% no primeiro trimestre, ante o mesmo período do ano passado, com efeito de vendas de ativos e declínio natural de campos maduros, informou nesta terça-feira (27) a petroleira, que também registrou recuo das exportações.
Entre janeiro e março, a petroleira produziu 2,196 milhões de barris por dia (bpd) de petróleo. Na comparação com o quarto trimestre, no entanto, houve alta de 2,9%, devido à continuidade do ramp-up da plataforma P-70, no campo de Atapu, e a menores perdas com paradas para manutenção em plataformas do pré-sal.
A produção total de petróleo, LGN e gás natural, por sua vez, somou 2,765 milhões de barris de óleo equivalente ao dia (boe/d) no primeiro trimestre, queda de 5% ante um ano antes e alta de 3,1% ante o período entre outubro e dezembro.
“Quando comparamos com o primeiro trimestre de 2020, a produção teve uma redução de 5% devido, principalmente, aos desinvestimentos concluídos ao longo de 2020 e início de 2021 e ao declínio natural de produção, que teve uma média de 11% nos projetos que já atingiram o seu pico de produção e entraram na fase de declínio”, disse a empresa.
Devido ao agravamento da pandemia, a Petrobras afirmou que reduziu “novamente” o efetivo nas plataformas, dentre outras medidas, e que tem “conseguido operar com segurança e eficiência e manter um bom desempenho”.
A produção no pré-sal somou 1,9 milhão de boe/d no trimestre, representando 69% da produção total da Petrobras contra 63% registrados um ano antes.
“A produção nas plataformas do campo de Búzios aumentou 14%, devido, principalmente, à maior eficiência e à estabilização das unidades”, disse a Petrobras.
“Registramos, também, aumento da produção no campo de Tupi, devido ao término do ramp-up da P-67, e nos campos de Berbigão, Sururu e Atapu, com a continuidade do ramp-up das plataformas P-68 e P-70.”
Exportações e importações de petróleo
As exportações de petróleo caíram 36,6% no primeiro trimestre ante o mesmo período do ano passado, para 511 mil bpd.
A Petrobras explicou que o recuo das vendas externas foi influenciado por uma menor produção de óleo no fim do quarto trimestre, período em que foi retomada a campanha de paradas programadas que não puderam ser efetuadas nos dois trimestres anteriores devido à pandemia.
Já as importações de petróleo cresceram 37,3%, para 390 mil bpd, devido a paradas programadas realizadas em unidades.
As importações de diesel dispararam 678%, para 70 mil barris ao dia, devido às paradas programadas nas refinarias.
Vendas internas
As vendas de derivados do petróleo no mercado interno somaram 1,667 milhão de barris por dia, alta de 2,3% na comparação com o mesmo período do ano passado e queda de 5,6% ante o quarto trimestre.
As vendas de diesel somaram 732 mil barris por dia, alta de 20% na comparação anual, enquanto as vendas de gasolina somaram 342 mil barris por dia, alta de 3,8% na mesma comparação.
A Petrobras ressaltou que superou em março o recorde de vendas de diesel S-10, com baixo teor de enxofre, alcançando a marca de 416 mil bpd. O recorde anterior era de 407 mil bpd, registrado em outubro de 2020.
O recorde ocorreu apesar de quatro paradas programadas obrigatórias para manutenção de refinarias nas unidades Refap, RPBC, Regap e Reduc ao longo do primeiro trimestre, segundo a Petrobras, uma vez que foi possível manter o fator de utilização do parque de refino em 82%, ante 84% no quarto trimestre e 80% um ano antes.
A petroleira alcançou recordes de produção de diesel S-10 na Refap e Revap, de bunker na Replan e de óleo combustível de baixo teor de enxofre na Rnest e RPBC.