Os controladores da produtora brasileira de açúcar e etanol Raízen estão em negociações para vender uma participação da empresa para a Mitsubishi. A negociação faz parte de um plano para levantar capital para a Raízen, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.

As conversas estão em estágio inicial, e a Mitsubishi ainda avalia se fará uma proposta pelas ações da Raízen, disseram as pessoas, que pediram para não serem identificadas porque as negociações são privadas.

A Raízen é uma joint venture entre a Cosan e a produtora de petróleo Shell, com sede em Londres. A Cosan visa um aporte de capital de R$ 10 bilhões (US$ 1,8 bilhão) na Raízen para reduzir sua crescente dívida, disseram as pessoas.

Cosan, Shell, Raízen e Mitsubishi não quiseram comentar. Assim como Itaú, Citigroup e Lazard, que estão conduzindo as negociações.

Resultado da Raízen

A Raízen reportou um prejuízo líquido de R$ 1,84 bilhão no primeiro trimestre.

A dívida da empresa cresce em relação ao lucro, devido a empréstimos que a companhia tomou para substituir fornecedores. A dívida líquida atingiu 4,5 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, de acordo com a XP.

As ações da Raízen subiram 3,2% em São Paulo com a notícia. As ações da empresa ainda acumulam queda de 42% neste ano.

O diretor financeiro da empresa, Rafael Bergman, já havia afirmado em uma teleconferência em agosto que a Raízen estava em negociação com os controladores para uma injeção de capital.

Sua co-controladora, a Cosan, do bilionário Rubens Ometto, está em processo de desinvestimento, com um plano para vender ativos e desacelerar a expansão, já que os altos custos dos empréstimos no Brasil afetam suas finanças.

“A Cosan não planeja injetar capital próprio na Raízen, mas ‘gosta’ da alternativa de trazer um parceiro estratégico para investir”, disse o CEO Marcelo Martins em teleconferência em agosto.