Endividada e pressionada a simplificar o portfólio, a Raízen decidiu encerrar sua participação no Grupo Nós, joint venture com a mexicana Femsa que operava os mercados Oxxo no Brasil. O projeto, que nasceu em 2019 com o objetivo de abrir 5 mil lojas, só acumulou prejuízos e se tornou alvo de críticas do mercado por desviar o foco da companhia de energia.

Pelo acordo, a Raízen ficará com 1.256 lojas Shell Select e Shell Café, que seguirá expandindo via franquias integradas à rede de postos Shell. Já a Femsa assumirá 611 unidades Oxxo e o centro de distribuição de Cajamar (SP), incluindo dívidas e caixa da operação. Não haverá pagamento entre as partes, apenas a troca de participações.

O movimento é visto como um alívio: desde 2020, quando o Oxxo entrou no portfólio, a operação queima caixa para sustentar a expansão acelerada. Apesar da promessa de escala, o modelo nunca convenceu especialistas e investidores.

A transação ainda depende do aval do Cade. Para a Raízen, trata-se de um passo para reduzir distrações e focar na oferta integrada de energia e conveniência em sua rede Shell.