A farmacêutica Sanofi fechou um acordo para comprar a especialista em vacinas Dynavax Technologies por US$ 2,2 bilhões, pago em dinheiro, recorrendo a aquisições numa tentativa de deixar para trás contratempos no pipeline.

A farmacêutica francesa anunciou a aquisição na quarta-feira, 24. Pouco antes, havia informado que a agência reguladora dos Estados Unidos (FDA) se recusou a aprovar seu candidato a medicamento tolebrutinib para o tratamento de esclerose múltipla.

Com as incertezas sobre tarifas nos EUA e precificação de medicamentos ficando em segundo plano depois de a Sanofi se juntar a outras farmacêuticas na rodada mais recente de acordos do setor com o governo Trump, investidores têm avaliado com atenção o desempenho dos medicamentos que a empresa tem em desenvolvimento.

A Sanofi tem feito aquisições para renovar seu portfólio de remédios e vacinas, após alguns medicamentos experimentais não atingirem seus objetivos em estudos clínicos ou serem rejeitados por reguladores.

No início do ano, a Sanofi recebeu um ganho extraordinário de 10 bilhões de euros (US$ 11,80 bilhões) com a venda de uma participação de controle no negócio de saúde do consumidor Opella e, desde então, vem fazendo uma sequência de compras.

O acordo pela Dynavax, sediada em Emeryville, na Califórnia, marca a quinta aquisição da Sanofi neste ano, após a compra da empresa de biotecnologia em imunologia Blueprint Medicines por até US$ 9,5 bilhões e outros três negócios menores.

A Sanofi pretende lançar uma oferta pública de aquisição de US$ 15,50 por ação, em dinheiro, para comprar todas as ações da Dynavax, com aprovação unânime do conselho da empresa-alvo, noticiou o Wall Street Journal.

A Sanofi afirmou que a aquisição adiciona ao seu pipeline uma vacina contra hepatite B aprovada nos EUA, um candidato a vacina contra herpes-zóster em estudos clínicos nas fases inicial e intermediária, além de outros projetos em desenvolvimento — fortalecendo o portfólio de imunização do grupo.

A farmacêutica francesa gerou mais de um terço de suas vendas nos primeiros nove meses do ano com um único produto: o medicamento “blockbuster” Dupixent, desenvolvido em parceria com a Regeneron Pharmaceuticals.

A Sanofi também tem um negócio relevante de vacinas, que inclui imunizantes contra gripe, Covid-19 e vírus sincicial respiratório (VSR), entre outras doenças. No começo deste ano, a companhia comprou a desenvolvedora de vacinas Vicebio por até US$ 1,6 bilhão, mas também sofreu um revés quando um estudo de uma vacina contra doença por E. coli, feita com a Johnson & Johnson, foi interrompido por eficácia insuficiente.