O Bank of Nova Scotia planeja entrar no mercado local de debêntures e passar a oferecer serviços de gestão de caixa no Brasil, em meio às metas de expansão no maior país da América Latina. “Estamos em um novo momento, um momento de aceleração” do crescimento, disse Paulo Bernardo, presidente do banco no Brasil.
O mercado local de títulos de dívida corporativa está se ampliando, com taxas de juros ainda elevadas atraindo o interesse dos investidores. As emissões atingiram R$ 80,5 bilhões até agora neste ano, um aumento de 69% em relação ao mesmo período de 2023, segundo dados compilados pela Bloomberg.
O Banco Itaú BBA e o Banco BTG Pactual são os líderes nesse mercado, mostram os dados.
O Scotiabank está contratando três executivos no Brasil – um executivo sênior para o banco de investimento, um responsável pela área de venda de ações e um analista de ações – para se juntarem a uma equipe de cerca de 105 funcionários.
O banco planeja continuar ampliando o time no país e aumentar a oferta de produtos e plataformas do Canadá e dos EUA para clientes brasileiros. Também tem como objetivo impulsionar investimentos da América do Norte no Brasil.
O banco possui R$ 3,2 bilhões de capital no país e tem espaço para crescer sem precisar de capital adicional.
Com uma carteira de empréstimos de cerca de US$ 13 bilhões com risco Brasil, contabilizados no país ou no exterior, o banco tem cerca de 175 clientes no país, a maioria empresas. O objetivo é ampliar esse número e atingir mais clientes institucionais, inclusive fundos.
No Brasil, o Scotiabank possui uma presença de banco corporativo e de investimento, enquanto em outros países da América do Sul tem banco de varejo.
Apesar dos planos de crescimento mais acelerado no Brasil, o banco canadense disse no ano passado que iria mudar o seu foco para “regiões de menor risco e menos voláteis na América do Norte”, como por exemplo Estados Unidos e México.
Ex-XP
Entre as contratações, o Bank of Nova Scotia anunciou o nome de Leandro Salles Santos, ex-sócio da XP, a maior corretora brasileira, como chefe de vendas de ações no Brasil em meio a um esforço de expansão.
Santos, ex-diretor de vendas de ações da XP, trabalhou na empresa por mais de 10 anos, segundo sua página no LinkedIn. Antes disso, ele teve posições em empresas como a EDP Brasil, a Suzano e a Infinity Bio Energy.
(Gabriel Tavares, Cristiane Lucchesi e Rachel Gamarski)
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