A Serasa Experian anunciou a assinatura do acordo para aquisição da ClearSale, especialista em soluções antifraude. O negócio pode movimentar até R$ 1,984 bilhão, segundo fato relevante divulgado pela ClearSale.
A operação vai tirar a ClearSale da bolsa apenas três anos após o IPO, realizado em julho de 2021. O negócio tem de ser aprovado em assembleia de acionistas, ainda sem data marcada.
A proposta da Serasa Experian inclui três opções a serem escolhidas pelos acionistas. Na primeira, haverá pagamento à vista ao valor de R$ 10,56 por ação, que equivale a um prêmio de 23% sobre a cotação atual.
A segunda, receber o equivalente aos R$ 10,56 por ação em BDRs da Experian.
A terceira 95% em dinheiro e 5% em BDRs da Experian, com valor base de R$ 10,56 por ação. Também poderão receber um adicional de até R$ 1,25 por ação, dependendo de metas a serem atingidas após a fusão em até cinco anos.
Os acionistas do grupo de controle e outros titulares representativos que detêm 34,86% do capital votante já escolheram a opção 1, que prevê receber à vista, informou o fato relevante.
O fundador da ClearSale Pedro Paulo Chiamulera tem participação de 35,29% do total. Outros acionista relevantes são Bernardo Carvalho Lustosa, com 8,71%, e Verônica Allende Serra 9,04%. A gestora Innova Capital, que investe em participações em empresas, detém 8,87%.
LEIA MAIS: Credit Score: Nos EUA, a reputação financeira vale dinheiro
Chiamulera assinou ainda um contrato de não-concorrência. Pelo prazo de cinco anos, não poderá exercer atividades que concorram com as desenvolvidas pela companhia, além de prestar serviços de consultoria estratégica no setor antifraude e assessoria na integração com a Serasa Experian.
A contrapartida foi o recebimento de R$ 100 milhões, em parcelas pagas até o final do contrato.
A incorporação da ClearSale vai ampliar a capacidade de análise em transações digitais, informou a Serasa Experian em comunicado.
“Nossas soluções estarão mais fortalecidas para proteger consumidores de tentativas de fraude, garantindo que suas identidades e dados pessoais estejam seguros”, afirmou Valdemir Bertolo, CEO da Serasa Experian. “Em um mundo cada vez mais digital e movido por inteligência artificial, onde grande parte das operações acontece no ambiente online, o investimento em tecnologia e na melhoria de ferramentas de prevenção à fraude é essencial”, acrescentou.
Já o CEO da ClearSale, Eduardo Mônaco, disse que “a combinação das expertises das duas empresas ampliará a capacidade de inovação das soluções ofertadas ao mercado”. A conclusão da aquisição está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e às demais condições habituais para este tipo de transação. Durante o período de avaliação, ambas as empresas continuarão operando de forma independente.
A Experian divulgou estimar que, no primeiro ano fiscal completo após a aquisição, a combinação de negócios vai trazer receitas extras de R$ 490 milhões e um Ebitda adicional (lucro antes da incidência de juros, depreciação, impostos e amortização) de R$ 130 milhões.
A Serasa Experian tem cerca de 60% do mercado brasileiro de análise de crédito. É responsável por mais de 6,5 milhões de consultas diárias sobre empresas e consumidores e protege mais de 2,2 bilhões de transações comerciais todos os anos.
Desde 2007 faz parte do grupo global Experian, com sede na Irlanda e presença em 32 países.
A ClearSale, especializada em soluções antifraudes, domina o mercado de soluções para o comércio eletrônico e instituições financeiras.
Veja também
- ‘Efeito Desenrola’: descontos em dívidas crescem 97% com programa, diz Serasa
- Inadimplência cai pela primeira vez em 2023, aponta Serasa
- Golpes com Desenrola Brasil: perfis e links falsos surgem nas redes sociais
- Atividade do comércio desacelera e cresce 3,7% no Dia das Mães, diz Serasa
- Brasileiro perdeu interesse por carro próprio, diz pesquisa