A combinação de tensões comerciais e a enxurrada de importações coloca o setor siderúrgico brasileiro em meio a uma crise. “Este talvez seja o ano mais conturbado que já vimos”, disse André Gerdau Johannpeter, chairman do conselho da siderúrgica Gerdau. “Temos conflitos geopolíticos, guerra comercial e muita incerteza no ar.”

As tensões entre os EUA e o Brasil aumentaram com a imposição de tarifas de 50% pelo presidente Donald Trump sobre alguns produtos brasileiros.

O setor siderúrgico está enfrentando tarifas americana distintas, de acordo com a Seção 232 da Lei de Expansão Comercial (CX), que permite ao presidente regular importações consideradas uma ameaça à segurança nacional.

“As siderúrgicas brasileiras operam hoje com 35% de capacidade ociosa, acima do ideal de até 20%“, afirmou. Qualquer aumento adicional nesse nível de ociosidade tornaria o negócio “inviável”, disse Johannpeter.

Siderúrgicas reduzem preços

Enquanto isso, as siderúrgicas brasileiras tiveram que reduzir os preços para competir com as importações, com a associação dos distribuidores de aços planos alertando que as margens “praticamente desapareceram.”

A enxurrada de importações tem forçado os produtores nacionais a aumentar sua capacidade ociosa. Isso está levando o setor “ao limite”, disse Johannpeter, que também integra o conselho do grupo de lobby Aço Brasil.

Johannpeter afirmou que o setor está operando com uma taxa recorde de importação anual de 6,3 milhões de toneladas de aço — um volume que supera o tamanho da Gerdau, destacou.