O fundador do SoftBank Group, Masayoshi Son, conhecido por seus ambiciosos discursos, está de volta. Agora, com planos de inaugurar uma era de superinteligência artificial.
Son sinalizou a ambição de ajudar a criar uma IA milhares de vezes mais inteligente que qualquer humano, marcando suas declarações mais grandiosas desde que o conglomerado japonês começou a tomar medidas para reforçar suas finanças após uma série de apostas mal calculadas em startups.
Em discurso aos acionistas durante uma assembleia anual, Masayoshi Son, fundador do SoftBank, discutiu suas ambições de trazer uma era de superinteligência artificial, ou ASI, na sigla em inglês.
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Son, que soou mais energizado e reflexivo do que nos últimos anos, falou nesta sexta-feira (21) sobre um futuro em que chips da Arm Holdings seriam a base de um ecossistema próspero de robôs e poderosos centros de dados que, juntos, poderiam curar o câncer, limpar casas e brincar com crianças.
Son, às vezes visivelmente tomado pela emoção, falou sobre como quer mudar o mundo antes de deixá-lo para sempre. O investidor de 66 anos citou seu falecido amigo Steve Jobs, dizendo que suas conversas frequentes o levavam muitas vezes às lágrimas ao perceber que seu legado empalideceria em comparação com o do cofundador da Apple.
Mas, depois de titubear sobre seu próximo passo ao longo do último ano, durante o qual o pai de Son faleceu, o bilionário disse que acordou na manhã desta sexta-feira com uma revelação. “Eu tive a minha resposta”, disse Son aos acionistas na assembleia anual. “É para isso que eu nasci”, disse, sem dar detalhes sobre quais seriam seus próximos planos. “Fizemos muitas coisas, mas tudo isso foi o ‘aquecimento’ para o meu sonho de realizar a ASI.”
O SoftBank trabalha em um plano para investir cerca de US$ 100 bilhões em chips relacionados à IA em um projeto batizado de Izanagi, reportou a Bloomberg em fevereiro. Quando um acionista perguntou sobre o Izanagi, Son disse que está comprometido em obter resultados e que trabalhará duro para alcançar seus objetivos, sem entrar em detalhes.
A exposição e os objetivos de Son se tornaram grandiosos na mesma proporção do preço das ações do SoftBank, que acompanhou o rali impulsionado pela IA da Arm em 2024, e de seu enorme volume de caixa. Ele descartou perguntas sobre recompras, dividendos e desdobramentos de ações, dizendo que tais questões têm pouca importância em comparação com a realização de um mundo movido por superinteligência e a evolução da humanidade.
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“Recompras de ações, pagamentos de dividendos – essas são coisas pequenas”, disse Son, acrescentando que a evolução e a proliferação da tecnologia é o que aumentará o valor para os acionistas. “Vocês podem estar preocupados se as ações da SoftBank vão subir ou não. Vamos esquecer essas coisas. Isso realmente importa? Masayoshi Son tem um sonho para perseguir – por favor, torçam por mim.”
A postura de Son sobre as recompras de ações vem na esteira da recente aquisição de mais de US$ 2 bilhões em papéis do SoftBank pela Elliott Investment Management e sua demanda por uma recompra no valor de US$ 15 bilhões. Esta é a segunda vez que a Elliott mira o SoftBank.
“Nunca se sabe o que vai acontecer, e não estou prometendo nada. Posso fazer uma recompra de ações, posso decidir fechar o capital da empresa, ou posso deixar os negócios como estão”, disse Son. “De qualquer forma, estou indo atrás da ASI.”
O valor patrimonial líquido do SoftBank atingiu 34 trilhões de ienes (US$ 214 bilhões) na quinta-feira, puxado pelos ganhos da Arm. As ações do SoftBank subiram quase 60% neste ano e estão perto de uma nova máxima histórica.
© 2024 Bloomberg L.P.
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