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Negócios

Valor de mercado global do setor de chips recua US$ 240 bilhões

Taiwan Semiconductor Manufacturing Co., maior fabricante de chips terceirizada do mundo, registrou queda recorde de 8,3%, enquanto a Samsung Electronics e a Tokyo Electron também fecharam no vermelho.

As principais ações de fabricantes de chips da Ásia perderam terreno nesta terça-feira (11), atingidas pela disputa tecnológica entre EUA e China que enxugou mais de US$ 240 bilhões em valor de mercado global do setor.

A Taiwan Semiconductor Manufacturing Co., maior fabricante de chips terceirizada do mundo, registrou queda recorde de 8,3%, enquanto a Samsung Electronics e a Tokyo Electron também fecharam no vermelho. A onda vendedora contagiou o mercado de câmbio, onde investidores tentaram avaliar os estragos das amplas restrições impostas pelos EUA a empresas com acordos de tecnologia com a China.

As medidas do governo Biden colocam barreiras de entrada ao mercado chinês ao limitar a capacidade de companhias americanas de vender equipamentos e tecnologia para suas contrapartes chinesas. Existe o receio de que as restrições possam ganhar maiores proporções se o governo de Washington estender a iniciativa a outros países, enquanto players questionam o escopo e impacto final das medidas.

“É difícil prever um piso para o desempenho do setor de chips”, disse Gary Dugan, CEO do Global CIO Office. “O grande tema é que o Ocidente está cada vez mais preocupado com a segurança em torno de qualquer forma de tecnologia. Não vemos razão para entrar novamente no setor no momento, apesar do desempenho muito ruim.”

As ações de fabricantes de chips americanas como Nvidia, Advanced Micro Devices, Qualcomm e Texas Instruments também têm sido afetadas nos últimos dias. Em Amsterdã, os papéis da fornecedora de ferramentas para semicondutores ASML acumulavam perdas acima de 11% nas últimas três sessões.

As medidas dos EUA incluem restrições à exportação de alguns tipos de chips usados em inteligência artificial e supercomputação, e regras mais rigorosas para a venda de equipamentos de semicondutores a qualquer empresa chinesa. O governo de Washington também incluiu mais empresas chinesas em uma lista de companhias que considera “não verificadas”. Isso significa que fornecedores dos EUA enfrentarão novos obstáculos na venda de tecnologias para essas entidades.

Os EUA anunciaram as restrições às exportações na sexta-feira, e há quem especule que ações semelhantes podem ser implementadas em outros países para garantir a cooperação internacional. O anúncio levou a uma queda superior a 9% do Índice de Semicondutores da Bolsa de Valores de Filadélfia, que na segunda-feira encerrou no nível mais baixo desde novembro de 2020. Os mercados na Coreia do Sul, Japão e Taiwan não abriram na segunda devido a um feriado.

A Samsung caiu 3,9%, a maior queda em um ano. A sul-coreana SK Hynix, uma das maiores fabricantes mundiais de chips de memória com instalações na China, faz parte de uma rede de fornecedores que envia componentes para o mundo todo. As ações da empresa chegaram a recuar 3,5%, mas reduziram as perdas.

As medidas dos EUA buscam frear os esforços da China para desenvolver sua própria indústria de chips e aprimorar sua capacidade militar. O impacto pode se estender muito além de semicondutores, afetando indústrias que dependem de computação de ponta, como veículos elétricos, aeroespacial e smartphones.

As consequências já são sentidas. A KLA deixará de oferecer alguns suprimentos e serviços a partir desta quarta-feira para clientes na China, o que inclui a SK Hynix, para cumprir as recentes regulamentações dos EUA, informou a Reuters, que citou uma pessoa a par dos planos.

Chips (Foto: Pixabay)
Chips (Foto: Pixabay)

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