As Olimpíadas de Paris 2024 consagraram a força da mulher brasileira também no âmbito esportivo. As mulheres do país empilharam recordes nesta edição: delegação maior do que a masculina; mais medalhas que os homens — e todas as medalhas de ouro do Brasil nos Jogos vieram de atletas mulheres.
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O Time Brasil deixa Paris com 20 medalhas no total sendo 12 conquistadas por mulheres, 7 por atletas homens, e uma pela equipe mista do judô (que, diga-se de passagem, foi obtida graças às vitórias das judocas Rafaela Silva e Beatriz Souza).
As duas últimas medalhas das mulheres vieram neste sábado (10): prata no futebol e bronze no vôlei.
Veja as medalhas do Brasil, por gênero:
Mulheres: 3 de ouro, 4 de prata e 5 de bronze
- Ouro – Beatriz Souza (judô)
- Ouro – Duda e Ana Patrícia (vôlei de praia)
- Ouro – Rebeca Andrade (ginástica artística/solo)
- Prata – Rebeca Andrade (ginástica artística/individual)
- Prata – Rebeca Andrade (ginástica artística/salto)
- Prata – Tatiana Weston-Webb (surfe)
- Prata – Seleção brasileira (futebol)
- Bronze – Beatriz Ferreira (boxe)
- Bronze – Larissa Pimenta (judô)
- Bronze – Rayssa Leal (judô)
- Bronze – Equipe de ginástica (Rebeca Andrade, Jade Barbosa, Flávia Saraiva, Julia Soares 1e Lorrane Oliveira)
- Bronze – Seleção brasileira (vôlei)
Homens: 3 de prata e 4 de bronze
- Prata – Caio Bonfim (atletismo)
- Prata – Isaquias Queiroz (canoagem)
- Prata – Willian Lima (judô)
- Bronze – Augusto Akio (skate)
- Bronze – Alison dos Santos (atletismo)
- Bronze – Edival dos Santos (taekwondo)
- Bronze – Gabriel Medina (surfe)
Equipes mistas: 1 bronze
- Bronze: Equipe mista de judô (Beatriz Souza, Daniel Cargnin, Guilherme Schimidt, Ketleyn Quadros, Larissa Pimenta, Leonardo Gonçalves, Rafael Macedo, Rafael Silva, Rafaela Silva e William Lima)
Maioria na delegação
Nas Olimpíadas de Paris 2024, o Time Brasil teve pela primeira vez na história mais mulheres do que homens. Foram 276 atletas no total, sendo 153 mulheres e 123 homens. A presença feminina foi de 55%, maior do que nas Olimpíadas de Tóquio, quando as mulheres representavam 47% da delegação.
As mulheres do Brasil se classificaram para mais esportes coletivos que os homens. As seleções femininas disputaram futebol, handebol, vôlei e rugby sevens, enquanto que as masculinas jogaram somente basquete e vôlei. Em algumas modalidades individuais teve apenas presença brasileira feminina, como pentatlo moderno, levantamento de peso e luta livre.
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O desempenho feminino premia uma luta de décadas em busca de espaço. Somente nos Jogos Olímpicos do Rio-2016 que todas as modalidades olímpicas passaram a ter competição com mulheres. O último esporte a entrar na lista foi o boxe.
Nos esportes coletivos, a participação feminina levou décadas para entrar no programa olímpico. O vôlei foi o primeiro, em 1960. O basquete feminino só estreou em 1964, o handebol feminino em 1976, e o futebol feminino passou a ser disputado somente a partir de 1996.
O Brasil estreou nos Jogos Olímpicos de 1920 apenas com atletas homens. A primeira atleta mulher brasileira a competir nas Olimpíadas foi a nadadora Maria Lenk, em 1932.
Até as Olimpíadas de Montreal-1976, o número de atletas mulheres na delegação brasileira não chegava a dez. Em Moscou-1980, o Brasil levou 15 mulheres. Depois foram 22 em Los Angeles-1984 e 35 em Seul-1988. Em Tóquio-2020, foram 145 mulheres (45% do total da delegação).
Levou 64 anos desde a primeira participação de uma brasileira em Olimpíadas para que o esporte feminino nacional subisse ao pódio. As primeiras medalhas das mulheres do Brasil nos Jogos Olímpicos vieram apenas em 1996, em Atlanta. Jackie Pires e Sandra Pires ganharam o ouro no vôlei de praia em uma final brasileira contra Adriana Samuel e Mônica Rodrigues, que ficaram com a prata. Além disso, a seleção feminina de vôlei ganhou o bronze.
As mulheres do Brasil já tinham superado os homens em medalhas de ouro nas Olimpíadas de Londres-2012 e do Rio-2016. O melhor desempenho feminino em Olimpíadas, até Paris, foi nos Jogos de Tóquio-2020, realizados em 2021 em função da pandemia, com nove medalhas sendo três de ouro.
Como dizem por aí: fight like a woman.
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