Ao invés disso, as transações financeiras são executadas por meio de contratos inteligentes e são validadas pelos próprios usuários da rede, garantindo maior transparência e segurança nas transações. As DeFi oferecem uma série de serviços, como empréstimos, investimentos, pagamentos, trocas de criptomoedas e outros.
Isso fez com que o blockchain criasse uma revolução no mercado financeiro porque permite transações seguras, transparentes e descentralizadas.
Lembra quando você tinha que mandar dinheiro para fora do país? Pois é, antes da blockchain, as transferências internacionais de dinheiro eram geralmente lentas, caras e muitas vezes passavam por intermediários. Com o blockchain, os pagamentos internacionais podem ser processados de forma rápida e segura, sem a necessidade de intermediários ou taxas altas. Empresas como a Ripple oferecem soluções para transações internacionais utilizando a tecnologia blockchain, tornando o processo mais eficiente e acessível.
Seguindo no mesmo exemplo, lembra quando você precisava emprestar dinheiro do banco? Agora você pode fazer um empréstimo peer-to-peer: quando indivíduos, por meio da blockchain, emprestam dinheiro entre si, sem a necessidade de intermediários, como bancos. Plataformas como a ETHLend e a SALT permitem que as pessoas emprestem e tomem empréstimos em criptomoedas, usando contratos inteligentes que garantem a segurança e transparência das transações.
Finanças Regenerativas (ReFi)
Isso nos leva a entender que as finanças descentralizadas (DeFi) são consideradas um primeiro passo em direção às finanças regenerativas, pois permitiram a descentralização do controle financeiro e uma maior acessibilidade aos serviços financeiros para as pessoas.
No entanto, as finanças regenerativas são uma evolução das DeFi, pois vão além da descentralização para incluir a sustentabilidade e a regeneração como princípios fundamentais.
As finanças regenerativas buscam criar um sistema financeiro que apoie a regeneração do meio ambiente, das comunidades e da economia em geral. Isso significa que o sistema financeiro não apenas evita causar danos, mas também busca criar impactos positivos e regenerar os recursos que foram danificados no passado.
Uma das principais características das finanças regenerativas é o foco em investimentos impactantes e sustentáveis, que possam gerar benefícios sociais e ambientais. Isso inclui investimentos em áreas como energia renovável, agricultura regenerativa, saneamento básico, saúde e educação.
Além disso, as finanças regenerativas buscam criar novas formas de medir o sucesso financeiro, além do lucro. Isso inclui a criação de indicadores que levem em consideração a sustentabilidade ambiental, a justiça social e o bem-estar das comunidades.
- Confira: O que é P2P e quais suas vantagens?
Proteção da biodiversidade
As finanças regenerativas podem proteger a biodiversidade de diversas maneiras. Uma das principais formas é por meio de investimentos em projetos que promovam a conservação e a regeneração de ecossistemas naturais, incentivando práticas que reduzam a degradação ambiental e promovam a conservação da biodiversidade, como a conservação de áreas naturais como parques nacionais, reservas ecológicas e terras indígenas, podem ajudar a proteger a biodiversidade, evitando a degradação e a destruição de habitats naturais.
Agricultura regenerativa e ecoturismo
A agricultura regenerativa é uma forma de produção agrícola que busca promover a saúde do solo e das plantas, sem o uso de agrotóxicos e outros produtos químicos prejudiciais ao meio ambiente. Através de investimentos em projetos de agricultura regenerativa, é possível promover a produção de alimentos de forma sustentável, reduzindo os impactos negativos sobre a biodiversidade.
O ecoturismo é uma forma de turismo que promove a conservação da natureza e a preservação da biodiversidade, através da exploração sustentável dos recursos naturais. Investimentos em projetos de ecoturismo podem incentivar a criação de empregos locais e a preservação de ecossistemas naturais.
Governança
Além disso, as finanças regenerativas também podem contribuir para a proteção da biodiversidade através de práticas de governança responsável e de transparência nos investimentos. Isso significa que os investidores podem exigir que as empresas financiadas adotem práticas sustentáveis em suas operações e que relatem suas atividades de forma transparente, reduzindo os riscos de impactos negativos sobre a biodiversidade.
Comunidades
Uma das principais formas de criar comunidades por meio da ReFi é por meio de investimentos em projetos locais e empreendimentos comunitários. Esses projetos podem incluir cooperativas de agricultores, iniciativas de energia renovável comunitária e outras formas de negócios que valorizem o desenvolvimento sustentável e a inclusão social.
Além disso, a ReFi pode incentivar a criação de redes de cooperação e colaboração entre as comunidades, promovendo o intercâmbio de ideias, recursos e conhecimentos. Isso pode incluir a criação de espaços de trabalho compartilhados, iniciativas de troca de serviços e a promoção de práticas colaborativas entre empreendedores locais.
Blockchain verde
Mas como tornar a tecnologia blockchain mais sustentável e ambientalmente amigável? A tecnologia blockchain é conhecida por ser muito eficiente em termos de segurança e descentralização, mas é criticada por consumir muita energia. O blockchain verde busca reduzir o consumo de energia da tecnologia blockchain e torná-la mais sustentável.
Uma das formas mais óbvias de tornar o blockchain mais verde é por meio do uso de energia renovável, como energia solar, eólica e hidrelétrica. A utilização de fontes renováveis de energia pode ajudar a reduzir a pegada de carbono do blockchain e torná-lo mais sustentável.
Outra forma de tornar o blockchain mais verde é por meio do uso de algoritmos mais eficientes em termos de consumo de energia. Alguns exemplos de algoritmos mais eficientes incluem o Proof-of-Stake (PoS) e o Proof-of-Authority (PoA), que exigem menos poder de processamento e, consequentemente, menos energia.
A descentralização é uma das principais características do blockchain, mas também pode ser uma das mais dispendiosas em termos de energia. A criação de formas mais eficientes de descentralização pode ajudar a tornar o blockchain mais verde. Alguns exemplos incluem o uso de redes de micropagamentos e o desenvolvimento de sistemas de consenso mais rápidos e eficientes.
As finanças regenerativas evoluíram das finanças descentralizadas ao reconhecer que a descentralização não é suficiente para criar um sistema financeiro sustentável e justo. Elas buscam criar um sistema financeiro que apoie a regeneração do meio ambiente e das comunidades, além de promover investimentos sustentáveis e medir o sucesso financeiro de forma mais ampla. O blockchain como tecnologia e procurando a cada dia se tornar mais “verde” será a principal ferramenta para a evolução das boas práticas ESG.
Nos vemos do outro lado!
As informações desta coluna são de inteira responsabilidade do autor e não do InvestNews e das instituições com as quais ele possui ligação.