Um grupo de investidores está planejando um dos maiores data centers de inteligência artificial do mundo na Coreia do Sul, um sinal da demanda de IA em todo o mundo, apesar da preocupação com a permanência do boom da IA.
Se concluído conforme previsto por seus patrocinadores, o data center custará até US$ 35 bilhões e exigirá até três gigawatts (GW) de potência. Isso é quase três vezes o planejado para um complexo de data center no Texas, que a OpenAI e o SoftBank Group estão financiando como parte de seu projeto Stargate, nos EUA.
Mais: equivale ao necessário para 9,4 milhões de pessoas – o equivalente ao Estado de Pernambuco –, ou 21% da capacidade instalada de Itaipu, que é de 14 GW.
Globalmente, é raro que a energia disponível em uma única instalação — o que determina quantos chips de IA de processamento de números podem ser instalados — exceda um gigawatt. A disponibilidade de energia é hoje uma restrição, pois os modelos de IA vão se tornando mais complexos e exigindo mais chips que consomem muita eletricidade. De acordo com o grupo de pesquisa Epoch AI, o desenvolvimento dos maiores modelos de IA provavelmente exigirá mais de cinco gigawatts de eletricidade até 2030.
Nos EUA, terras com bons preços e acesso à energia e à conectividade de dados suficientes se tornaram cada vez mais escassas, representando um desafio para empresas ansiosas por se expandir. Com os desafios enfrentados pela rede dos Estados Unidos, outros países estão se movendo rapidamente para aumentar sua capacidade de data center.
O projeto na Coreia do Sul está sendo planejado para a região sudoeste do país, longe de sua capital, Seul. A construção está programada para começar no início deste ano e será concluída em 2028. Os patrocinadores — um grupo de investidores organizado sob uma empresa chamada Stock Farm Road — planejam colocar US$ 10 bilhões para começar e investir até US$ 35 bilhões no longo prazo. Os fundadores dessa empresa são Brian Koo, neto do fundador do conglomerado sul-coreano LG, e Amin Badr-El-Din, fundador e executivo-chefe da BADR Investments, com sede em Londres e na Jordânia.
Koo disse que, embora os data centers da Coreia do Sul agora atendam amplamente às necessidades domésticas, o país tem os ingredientes certos para uma instalação maior que possa atender ao mundo.
Há desafios significativos para colocar a instalação em funcionamento. Os investidores disseram que assinaram um acordo com a província sul-coreana de Jeolla do Sul, que poderia ajudar no acesso à energia e à água, entre outros recursos. Uma cadeia de suprimentos tensionada para a construção de data centers e restrições persistentes de fornecimento de chips de IA da Nvidia ameaçam atrasar muitos desses projetos em todo o mundo.
A OpenAI e o SoftBank estão liderando o projeto Stargate de US$ 500 bilhões nos EUA, e entidades europeias e do Oriente Médio estão cada vez mais buscando projetos de data center. Na Ásia, o site sul-coreano estaria competindo com campi de data center que surgem na Malásia, na Tailândia, na Índia e em outros países onde a terra e a mão de obra custam menos.
“Se eles puderem fazer isso de forma barata e oportuna, definitivamente há uma oportunidade” para a instalação sul-coreana, disse Jingwen Ong, gerente de pesquisa que supervisiona a região da Ásia-Pacífico na empresa de pesquisa DC Byte.
Escreva para Asa Fitch em [email protected] e Timothy W. Martin em [email protected]
Traduzido do inglês por InvestNews
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