Eles viram o Coliseu, o Grande Canal e Pompeia. Eu conciliava uma agenda lotada, repassava curiosidades históricas na hora e atendia a quase todos os caprichos com um sorriso. Infelizmente, encaixar a Costa Amalfitana e a Torre Inclinada de Pisa no último dia se mostrou impossível, para desgosto de um cliente esperançoso.
Eu gostava tanto de guiar que, depois de três anos liderando meus próprios grupos, comecei a treinar novos guias, antes de finalmente trocar as caminhadas por dicas que passei a escrever.
O trabalho de guia é um treinamento organizacional. Aprendi lições de gerenciamento de viagens ao longo desses anos que ainda utilizo hoje, especialmente quando embarco em viagens em grupo com amigos ou familiares.
Suas férias provavelmente não envolvem levar 50 pessoas ao Louvre. Mas se você tratar qualquer viagem como um guia profissional, evitará os grandes problemas antes que eles surjam — e não se deixará abalar mesmo quando surgirem.
Regra das 24 horas para viagens
Para se manter tão organizado quanto um guia turístico, siga minha máxima abrangente: a Regra das 24 horas.
Começando um dia antes da partida, viva no futuro. Se é segunda-feira de manhã no mundo real, na sua cabeça é hora do café da manhã na terça-feira. Onde você vai comer amanhã e quando? Precisa reservar um transporte para o museu com antecedência? Pense com antecedência e você gastará menos tempo com logística em trânsito. Você também terá margem de manobra suficiente para resolver todos os problemas, exceto os mais complicados.
Entre as ligações mais comuns (e irritantes) que nosso escritório recebia de clientes após a viagem estavam aquelas sobre os muitos pertences que haviam sido deixados para trás, em quartos de hotel.
Comecei a aconselhar meus viajantes a não trancarem nada no cofre do quarto de hotel sem um pé de sapato ao lado. Você pode esquecer o passaporte, mas não vai guardar apenas um pé de sapato. Então, vai atrás do outro pé. E aí se lembra de pegar tudo. Eu ainda sigo essa regra.
Cada guia tem seus próprios truques, então pedi também a alguns amigos da minha época de guia turístico suas melhores dicas.
Rebecca Lyons, que agora é diretora de museu, diz que, quando viaja em grupo define os planos do dia com todos na noite anterior, para que ninguém reclame na última hora.
Chris Robson diz que ainda verifica (e revê) os horários de funcionamento das atrações, como fazia quando viajava com uma dúzia de viajantes. Os horários podem mudar repentinamente, especialmente na Europa durante o verão, quando o calendário está repleto de dias santos.
Como trabalhei antes dos smartphones, também pedi conselhos a alguns guias atuais sobre como planejar viagens na era dos aplicativos e das avaliações do Tripadvisor.
Tanguy Ottomer, radicado na Bélgica, preenche o Google Maps com recomendações que ele pode compartilhar com antecedência com os clientes, para que eles analisem e deem feedback.
Pausa não planejada
Para planejar o transporte, Ottomer usa o aplicativo Omio, que agrega buscas por passagens de trem, ônibus, avião e balsa em todo o mundo. Além disso, ele recomenda baixar com antecedência os aplicativos de transporte específicos do país. “O Uber funciona em quase todos os lugares, mas na Tailândia, por exemplo, você usa o Grab”, explicou. “Eu crio minhas contas antes de viajar, para poder começar imediatamente.”
Mesmo em uma viagem bem planejada, não subestime a importância de um pouco de flexibilidade, como Arthur Duncan, especialista em viagens, me lembrou. O erro mais comum, diz ele, não é esquecer a carteira, mas planejar demais. “É a crença de que mais é melhor”, disse ele.
Duncan aprendeu a aproveitar o tempo livre e o espaço para alternar entre planos, descobrir algo novo ou simplesmente descansar.
Nas suas próprias férias, a cada três dias ele gosta de deixar uma manhã ou tarde livre. Isso pode ser preenchido com uma atividade extra ou com um longo cochilo sem culpa no hotel. Mesmo em férias meticulosamente planejadas, todos nós podemos nos beneficiar de uma pausa não planejada.
Traduzido do inglês por InvestNews
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