CEO da Volkswagen alerta que medidas urgentes são necessárias para salvar a empresa
Em discurso para funcionários, Oliver Blume disse que os custos e a capacidade de mão de obra têm que ser reduzidos
O executivo-chefe do Grupo Volkswagen, Oliver Blume, alertou os trabalhadores que medidas urgentes são necessárias para garantir o futuro da empresa em meio ao aumento da concorrência, pressão de preços e altos custos trabalhistas.
Em um discurso para funcionários na sede da gigante automobilística alemã em Wolfsburg, o CEO disse que a empresa fez um bom progresso na simplificação de suas operações e na criação de sinergias, ao mesmo tempo em que o design e a qualidade de seus carros melhoraram, mas os custos de mão de obra e a capacidade agora precisam ser reduzidos.
“A situação atual é séria. Novos concorrentes estão entrando no mercado com força sem precedentes. A pressão sobre os preços é imensa”, disse ele aos trabalhadores na quarta-feira (4).
“Além disso, nossos custos de mão de obra na Alemanha agora estão muito altos. É por isso que medidas urgentes são necessárias para garantir o futuro da Volkswagen.”
Quase cem mil funcionários, cerca de um terço do total da força de trabalho alemã, entraram em greve em nove fábricas no país no início desta semana para resistir aos planos de possíveis fechamentos de fábricas e cortes de empregos e salários.
A Volkswagen apresentou planos para reduzir o salário dos trabalhadores em 10%. De acordo com Daniela Cavallo, a atual líder do sindicato de trabalhadores da Volkswagen, a empresa também pretende fechar pelo menos três fábricas na Alemanha e demitir dezenas de milhares de funcionários.
As negociações entre os representantes dos trabalhadores e a empresa sobre como avançar com os cortes de custos estão marcadas para o dia nove de dezembro, depois que a última rodada de negociações terminou na semana passada sem acordo.
O sindicato propôs medidas relacionadas a salários e bônus que economizariam 1,5 bilhão de euros (US$ 1,58 bilhão) e evitariam demissões e o fechamento de fábricas. Blume disse que, embora a proposta seja um passo positivo, não é suficiente para garantir o futuro da Volkswagen.
Cavallo, representando os trabalhadores, também falou na reunião de quarta-feira (4), dizendo aos cerca de 20 mil trabalhadores presentes que, embora ela reconheça que há problemas na empresa e na indústria como um todo, uma solução envolvendo fechamento de fábricas, demissões em massa e cortes salariais está fora de questão.
Apelando à diretoria da Volkswagen para que alivie suas demandas de cortes, ela disse que uma resolução só virá quando ambos os lados fizerem concessões.
“Queremos resolver isso antes do Natal”, disse ela aos trabalhadores.
Escreva para Dominic Chopping em [email protected]
traduzido do inglês por investnews