Esses óculos eram o cúmulo da cafonice, mas agora viraram hype
Graças a avanços tecnológicos, as lentes de transição se tornaram — supostamente — mais suaves. Esse acessório ‘dois em um’, antes visto como “out”, seria a nova tendência? A opinião de um cético.
Elas sempre foram alvo de piadas. Obscenamente práticas. Território de pais alérgicos ao cool.
Mas, contra todas as probabilidades, as lentes fotocromáticas vivem um momento de brilho.
Inventadas na década de 1960, tragicamente associadas à década de 1970, elas são comumente conhecidas como “lentes Transitions”, em homenagem à Transitions Optical, a empresa da Flórida que lançou as primeiras versões feitas de plástico em 1991.
Essas lentes de transição, “duas em um”, escurecem quando expostas à luz solar, graças aos corantes à base de carbono sensíveis aos raios UV, e clareiam em ambientes internos, teoricamente eliminando a necessidade de andarmos com dois pares de óculos, um escuro e um de grau.
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Durante anos, as lentes de transição assumiam basicamente tons de cinza e marrom tristes, demoravam uma eternidade para mudar e mantinham uma estranha tonalidade amarelada em ambientes fechados. Eram tipicamente associadas a armações caretas. Porém, avanços tecnológicos significativos aprimoraram sua aparência e desempenho, e as óticas dizem que pessoas estilosas agora também estão usando.
Chamando-os de “meio que uma declaração de moda agora”, o oculista de Manhattan Anthony Aiden disse que as lentes de transição “realmente despertaram o interesse da geração mais jovem”. Celebridades elegantes como Joaquin Phoenix também as usaram no tapete vermelho recentemente. “Não entendo por que as pessoas não optariam por [lentes fotocromáticas]”, disse o dr. Harvey Moscot, CEO da marca de óculos Moscot. “Se você está entrando e saindo de lugares fechados, elas são extremamente práticas.” Além disso, têm um bom custo-benefício: embora um pouco mais caras do que as lentes comuns, custam muito menos do que comprar também um par de óculos escuros.
Mesmo assim, ainda paira o fantasma dos pais desajeitados e suas lentes de transição. Você precisará ser convencido. Faça suas perguntas.
Evitei essas lentes por anos; quais são as ‘grandes melhorias’?
Nos últimos anos, houve avanços incrementais nas lentes, mas o maior deles veio em março: a Transitions Optical — ainda a marca líder — lançou sua nova lente Gen S. Elas prometem mudar de claro para totalmente escuro com proteção solar em cerca de 25 segundos, e voltar a clarear em menos de dois minutos — até duas vezes mais rápido que os modelos anteriores.
E o mais importante, têm uma aparência melhor durante a transição. As primeiras versões escureciam de forma desigual, mas a Gen S apresenta sempre uma tonalidade uniforme, garante Sherianne James, CMO para a América do Norte da EssilorLuxottica, empresa controladora da Transitions.
Você disse ‘cool’?
Sim, exatamente isso. Uma gama maior de tonalidades — incluindo ametista, esmeralda e rubi — aumenta a suavidade, argumenta Erik Sacher, da Silver Lining Opticians de Nova York. “Não dá para ter um visual cool com um tom cinza claro”, garantiu ele.
Elas ficam totalmente claras quando longe do sol?
As Gen S ficam. Outras marcas tendem a um visual colorido — um estilo trendy para os óculos que funcionam bem se a cor estiver certa, diz Sacher. Um destaque: as lentes Moscot’s Blue+, que mudam do azul claro para azul escuro.
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Lembre-se de que essa tecnologia responde aos raios UV; se uma janela bloquear esses raios — digamos, você está no carro — as lentes não mudarão.
Acho que estou interessado. Conta mais.
As lentes fotocromáticas são compatíveis com praticamente todas as prescrições e armações. A Ray-Ban vende armações equipadas com as mais recentes lentes Transitions, ou você pode levar qualquer armação para a LensCrafters e pedir que coloquem Transitions. Marcas como Persol e Warby Parker fazem suas próprias versões, usando a mesma tecnologia básica.
Em termos de estilo, você pode seguir o exemplo de Simon Anderson, de 54 anos, corretor de imóveis no Brooklyn. Ele sempre foi cauteloso com as lentes de transição, mas quando uma ótica sugeriu lentes que iam do transparente para o azul para sua armação da marca japonesa Eyevan, Anderson aceitou. “Sou um cético 100% reformado”, disse. “Meus óculos são elogiados diariamente.”
traduzido do inglês por investnews