Um Jeep elétrico por US$ 25 mil? Finalmente os EVs estão ficando mais baratos
Modelo deve chegar em 2027, e é fruto de um movimento global pela produção de carros elétricos mais em conta
Os executivos da indústria automobilística estão agindo, num momento em que o crescimento das vendas de veículos elétricos desacelera no Ocidente e no qual a concorrência com modelos chineses parece mais premente. Veículos elétricos mais baratos estão a caminho.
Na quarta-feira, o CEO da Stellantis, Carlos Tavares, falou em uma conferência de investidores da Bernstein. A grande novidade era um modelo elétrico barato adicionado à linha popular da Jeep da Stellantis.
“Da mesma forma que trouxemos o Citroën e-C3 de 20 mil euros, você terá um Jeep de US$ 25 mil muito em breve”, afirmou Tavares – dá R$ 130 mil, pouco mais do que um BYD Dolphin Mini, vendido no Brasil por R$ 116 mil. “Estamos usando a mesma experiência porque somos uma empresa global e isso está presente em todo o mundo da engenharia da Stellantis.”
O e-C3 será lançado na Europa em 2024. Na França, seu preço começa em cerca de 23 mil euros, ou quase US$ 25 mil, incluindo impostos.
O fato de um Jeep elétrico de US$ 25 mil estar para ser lançado foi uma revelação. O Jeep Compass movido a gasolina custa a partir de US$ 26 mil, enquanto o EV médio nos EUA custa cerca de US$ 54 mil.
O novo Jeep deve chegar às ruas por volta de 2027. Isso provavelmente acontecerá alguns anos depois que a Tesla entregar seu próprio modelo de baixo custo, cujo desenvolvimento a empresa acelerou recentemente, em parte para lidar com sua própria desaceleração nas vendas. A Tesla entregou cerca de 387 mil carros no primeiro trimestre, queda de quase 9% em relação ao ano anterior.
A Tesla espera entregar o Model 2, como os investidores estão chamando o carro, no início de 2025. Isso logo após a General Motors lançar seu Chevrolet Equinox totalmente elétrico, que deve ser lançado no final deste ano. O preço deste começa em US$ 35 mil. Incluindo um crédito fiscal, os compradores qualificados dos EUA podem obter um Equinox VE por menos de US$ 28 mil. Um novo Chevrolet Bolt, que, acredita-se, também será mais acessível, chegará em 2025.
O impulso de vendas que os VEs mais baratos poderiam trazer seria, no mínimo, bem-vindo. As vendas de veículos totalmente elétricos da Stellantis cresceram 8% em relação ao primeiro trimestre do ano anterior, bem menos que os 21% em 2023, um desempenho que espelha o mercado mais amplo.
Nos EUA, as vendas de veículos elétricos cresceram apenas 3% ano a ano no primeiro trimestre, abaixo do crescimento de 46% em 2023. Na Europa, as vendas de veículos elétricos cresceram cerca de 4% no primeiro trimestre, abaixo do crescimento de 28% em 2023.
As vendas de veículos elétricos no primeiro trimestre representaram cerca de 8% das vendas totais dos EUA e algo em torno de 13% dos carros europeus, mas o número foi de cerca de 25% na China. Parte do motivo é custo e disponibilidade. Mais de 170 modelos estão à venda e muitos dos mais vendidos custam menos de US$ 25 mil.
A chinesa BYD, maior vendedora de veículos elétricos do país, está exportando mais carros para a Europa e quer ter uma fatia líder no mercado europeu de veículos elétricos até o final da década. Não está claro se a desaceleração do crescimento ou a potencial concorrência chinesa, ou ambas, estão levando as montadoras ocidentais a fabricar veículos elétricos mais baratos.
Seja qual for o motivo, a indústria automobilística descobriu que o preço precisa ser correto. Segundo Tavares, a queda nas vendas dos VEs no mundo tem a ver com preço. “O preço é o problema número um, mas não é o único”, afirmou ele.
Liderando a lista de outras questões estão a necessidade de uma melhor infraestrutura de carregamento e de um maior alcance por carga. Essas melhorias também podem aumentar as vendas de veículos elétricos.
As ações da Stellantis subiram 1,6% no pregão de quinta-feira, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq Composite caíram cerca de 0,4% e 0,5%, respectivamente. As ações da Tesla subiram 0,1%. As ações da GM subiram 1,5%.
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traduzido do inglês por investnews